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Full Jazz diz que vantagem à base aliada era "mínima"
DA REPORTAGEM LOCAL
A presidente da Full Jazz
diz que era "mínima" a veiculação de anúncios da Nossa Caixa para atender a interesses políticos dos tucanos.
Em 26 de março a Folha revelou que o governo Geraldo
Alckmin direcionou recursos do banco para patrocínio
de eventos e anúncios em
veículos indicados ou mantidos por deputados aliados.
A reportagem mostrou
exemplos desses pedidos
-os chamados "lixões", como eram tratadas essas veiculações autorizadas na troca de e-mails entre a agência
Contexto, que atendia a Casa
Civil, e a Nossa Caixa. O esquema era coordenado pelo
assessor de comunicação de
Alckmin, Roger Ferreira,
exonerado, a pedido, um dia
depois da publicação.
"Se o cliente quer mexer
no plano de mídia, a agência
não tem poder para recusar.
A Full Jazz jamais criou
qualquer estratégia ou plano
de mídia que não fosse exclusivamente técnico", afirma a presidente da agência.
Em alguns casos, segundo
ela, o plano de mídia já vinha
pronto. Como exemplo, cita
e-mail de sua gerente de mídia, Sylvia Edith, a Castro Júnior, questionando o plano
revisado pela Contexto.
Edith critica as "verbas altas" e programações que
"nada [tinham] a ver com o
banco" e não haviam sido
propostas pela Full Jazz.
O único plano de mídia recomendado pela Full Jazz à
Nossa Caixa foi para a revista "Primeira Leitura". "Foi
uma injustiça ela ter sido envolvida no "lixão". A Nossa
Caixa queria publicar anúncios em veículos formadores
de opinião. E a Full Jazz considera que a revista é lida por
formadores de opinião", diz.
Christina diz que a contratação de Ferreira como assessor de imprensa da Nossa
Caixa, por meio da Full Jazz,
deveu-se a uma indicação do
então presidente do banco
Valdery Frota de Albuquerque. "Ele indicou porque tinha trabalhado com o jornalista, e disse que ele havia
prestado "grande serviço à
Caixa Econômica Federal'".
Ela minimiza o papel de
Ferreira na assessoria do
banco, contrariando afirmações de Castro Júnior. Em
depoimento, ele disse que
Ferreira pediu anúncios e
patrocínios aprovados pela
presidência do banco sem
qualquer interferência da
gerência de marketing.
A publicitária diz que a
contratação foi feita para
cumprir cláusula contratual,
e que não houve irregularidade. O contrato com o banco foi firmado em março de
2002, e Ferreira só viria a ser
contratado em abril de 2003.
O assessor deixou o banco
em novembro do mesmo
ano, sendo substituído pela
jornalista Shirley Emerick,
que repetiu o mesmo esquema da Full Jazz.
(FV)
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