São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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Full Jazz diz que vantagem à base aliada era "mínima"

DA REPORTAGEM LOCAL

A presidente da Full Jazz diz que era "mínima" a veiculação de anúncios da Nossa Caixa para atender a interesses políticos dos tucanos. Em 26 de março a Folha revelou que o governo Geraldo Alckmin direcionou recursos do banco para patrocínio de eventos e anúncios em veículos indicados ou mantidos por deputados aliados.
A reportagem mostrou exemplos desses pedidos -os chamados "lixões", como eram tratadas essas veiculações autorizadas na troca de e-mails entre a agência Contexto, que atendia a Casa Civil, e a Nossa Caixa. O esquema era coordenado pelo assessor de comunicação de Alckmin, Roger Ferreira, exonerado, a pedido, um dia depois da publicação.
"Se o cliente quer mexer no plano de mídia, a agência não tem poder para recusar. A Full Jazz jamais criou qualquer estratégia ou plano de mídia que não fosse exclusivamente técnico", afirma a presidente da agência.
Em alguns casos, segundo ela, o plano de mídia já vinha pronto. Como exemplo, cita e-mail de sua gerente de mídia, Sylvia Edith, a Castro Júnior, questionando o plano revisado pela Contexto. Edith critica as "verbas altas" e programações que "nada [tinham] a ver com o banco" e não haviam sido propostas pela Full Jazz.
O único plano de mídia recomendado pela Full Jazz à Nossa Caixa foi para a revista "Primeira Leitura". "Foi uma injustiça ela ter sido envolvida no "lixão". A Nossa Caixa queria publicar anúncios em veículos formadores de opinião. E a Full Jazz considera que a revista é lida por formadores de opinião", diz.
Christina diz que a contratação de Ferreira como assessor de imprensa da Nossa Caixa, por meio da Full Jazz, deveu-se a uma indicação do então presidente do banco Valdery Frota de Albuquerque. "Ele indicou porque tinha trabalhado com o jornalista, e disse que ele havia prestado "grande serviço à Caixa Econômica Federal'".
Ela minimiza o papel de Ferreira na assessoria do banco, contrariando afirmações de Castro Júnior. Em depoimento, ele disse que Ferreira pediu anúncios e patrocínios aprovados pela presidência do banco sem qualquer interferência da gerência de marketing.
A publicitária diz que a contratação foi feita para cumprir cláusula contratual, e que não houve irregularidade. O contrato com o banco foi firmado em março de 2002, e Ferreira só viria a ser contratado em abril de 2003. O assessor deixou o banco em novembro do mesmo ano, sendo substituído pela jornalista Shirley Emerick, que repetiu o mesmo esquema da Full Jazz. (FV)


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