São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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Renan afirma não saber de operação bancária por fax

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou, por meio de nota, que desconhece o uso de aparelhos de fac-símile para ordenar transações bancárias internacionais. Segundo ele, o consultor Francisco Sampaio de Carvalho lhe acompanhou, quando da transferência da liderança do PMDB para a presidência da Casa, por conta de seus "conhecimentos técnicos".
"O senador Renan Calheiros nunca teve conhecimento, em nenhum momento, de nenhum tipo de utilização do aparelho de fax fora da rotina dos trabalhos legislativos", diz a nota.
Segundo a nota, "Francisco Sampaio de Carvalho e outro servidor, Francisco José dos Santos Braga, colaboraram com o grupo de senadores responsável pelo processo de modernização do Senado, empreendido durante o biênio 1995/96. O servidor Francisco Sampaio, por conhecimentos técnicos continuou, desde então, colaborando com a liderança do PMDB e, mais tarde, na Secretaria de Coordenação Técnica e Relações Institucionais, até o seu pedido de desligamento, apresentado no mês de março último".
Em nota, o Unibanco informou que o envio de dados bancários por fax a seus clientes não é "usual" nas atividades do UBT, subsidiária do Unibanco em Cayman, mas pode ocorrer. "O UBT fornece periodicamente aos seus clientes informações sobre suas carteiras de investimento. Apesar de não ser procedimento usual a transmissão dessas informações por fax, eventualmente o UBT poderia assim proceder mediante solicitação do cliente."
O banco disse estar impossibilitado de comentar operações das contas "Pacto" e "ABCDHGFE". Também não autorizou uma entrevista com a bancária identificada como funcionária do "private bank" do Unibanco mineiro que enviava informações periódicas ao ex-servidor do Senado.
"Em razão das regras relativas a sigilo bancário bem como das nossas normas de ética e conduta, estamos impedidos de nos manifestar em relação às dúvidas específicas que se remetem ao nosso relacionamento com clientes individualmente", informou.
Na primeira resposta, por nota, o banco não confirma nem desmente a utilização de codinomes para identificar contas. "Todas as contas de clientes do UBT são identificadas, sendo que todos os clientes são submetidos a processo de "Know Your Customer" [conheça seu cliente], buscando conhecer seus clientes e suas atividades e observados os processos de controle de prevenção a lavagem de dinheiro", diz a nota.
O banco foi indagado se confirmava ou desmentia o uso de codinomes. A assessoria respondeu, por e-mail: "Todas as operações processadas no Brasil, ou por meio de suas subsidiárias no exterior, trazem identificação completa do cliente, de acordo com legislação vigente nos países em que essas operações são realizadas". A reportagem insistiu. Dias depois, a assessoria do banco afirmou, por telefone, que o UBT "não usa" codinomes para identificar contas. (RV)


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