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Renan afirma não
saber de operação
bancária por fax
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), informou,
por meio de nota, que desconhece
o uso de aparelhos de fac-símile
para ordenar transações bancárias internacionais. Segundo ele, o
consultor Francisco Sampaio de
Carvalho lhe acompanhou, quando da transferência da liderança
do PMDB para a presidência da
Casa, por conta de seus "conhecimentos técnicos".
"O senador Renan Calheiros
nunca teve conhecimento, em nenhum momento, de nenhum tipo
de utilização do aparelho de fax
fora da rotina dos trabalhos legislativos", diz a nota.
Segundo a nota, "Francisco
Sampaio de Carvalho e outro servidor, Francisco José dos Santos
Braga, colaboraram com o grupo
de senadores responsável pelo
processo de modernização do Senado, empreendido durante o
biênio 1995/96. O servidor Francisco Sampaio, por conhecimentos técnicos continuou, desde então, colaborando com a liderança
do PMDB e, mais tarde, na Secretaria de Coordenação Técnica e
Relações Institucionais, até o seu
pedido de desligamento, apresentado no mês de março último".
Em nota, o Unibanco informou
que o envio de dados bancários
por fax a seus clientes não é
"usual" nas atividades do UBT,
subsidiária do Unibanco em Cayman, mas pode ocorrer. "O UBT
fornece periodicamente aos seus
clientes informações sobre suas
carteiras de investimento. Apesar
de não ser procedimento usual a
transmissão dessas informações
por fax, eventualmente o UBT poderia assim proceder mediante
solicitação do cliente."
O banco disse estar impossibilitado de comentar operações das
contas "Pacto" e "ABCDHGFE".
Também não autorizou uma entrevista com a bancária identificada como funcionária do "private
bank" do Unibanco mineiro que
enviava informações periódicas
ao ex-servidor do Senado.
"Em razão das regras relativas a
sigilo bancário bem como das
nossas normas de ética e conduta,
estamos impedidos de nos manifestar em relação às dúvidas específicas que se remetem ao nosso
relacionamento com clientes individualmente", informou.
Na primeira resposta, por nota,
o banco não confirma nem desmente a utilização de codinomes
para identificar contas. "Todas as
contas de clientes do UBT são
identificadas, sendo que todos os
clientes são submetidos a processo de "Know Your Customer" [conheça seu cliente], buscando conhecer seus clientes e suas atividades e observados os processos
de controle de prevenção a lavagem de dinheiro", diz a nota.
O banco foi indagado se confirmava ou desmentia o uso de codinomes. A assessoria respondeu,
por e-mail: "Todas as operações
processadas no Brasil, ou por
meio de suas subsidiárias no exterior, trazem identificação completa do cliente, de acordo com legislação vigente nos países em
que essas operações são realizadas". A reportagem insistiu. Dias
depois, a assessoria do banco afirmou, por telefone, que o UBT
"não usa" codinomes para identificar contas.
(RV)
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