São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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OUTRO LADO

Ex-consultor nega movimentação de contas no exterior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-consultor da presidência do Senado Francisco Sampaio de Carvalho, 64, negou as operações bancárias no exterior às quais seu nome aparece relacionado. Ele afirma nunca ter determinado a abertura de contas em seu nome fora do Brasil ou comprado ações no exterior. "Ações [no exterior]? Não. Não costumo comprar ações. Eu desconheço qualquer ação nesse sentido. Nem determinei que comprasse. Desconheço completamente essa matéria."
O ex-assessor disse estar sendo "chantageado" e que seria "um cidadão vítima de um desvario". Após uma primeira entrevista, Carvalho enviou um e-mail: "Informo que, para efeito de minha defesa, tive que gravar as conversas mantidas com a sra. [...] com quem mantive um relacionamento afetivo. (...) Agora, como se poderá constatar pelas fitas gravadas, em meu poder, a referida sra. procura me extorquir dinheiro, alegando que tem em seu poder papéis que me comprometem, os quais desconheço".
Ouvida, a mulher referida por Carvalho negou as afirmações e disse que ele "mente". A reportagem pediu acesso às fitas. Carvalho enviou a cópia de apenas uma gravação, editada, de uma conversa de dez minutos, na qual não parece clara a "tentativa de extorsão".
Em sua casa em Brasília, o ex-assessor mostrou sua declaração de Imposto de Renda de 2004, onde não consta a posse de ações no exterior.
Disse ter patrimônio declarado de R$ 3,3 milhões, relativos à casa em Brasília, a um apartamento no Rio de Janeiro, três carros e aplicações financeiras "em torno de R$ 2,2 milhões ou R$ 2,3 milhões" em bancos no território brasileiro.
O ex-assessor afirmou que parte do seu sucesso financeiro deve-se à leitura, na década de 80, de um livro intitulado "Como Ganhar Dinheiro Sem Fazer Força".
"O que eu tenho pra lhe dizer é o seguinte: todos os meus ganhos são fruto da iniciativa privada. E são frutos, vamos dizer assim, de 25 anos atrás. Agora, eu sou um bom investidor."
O ex-assessor do Senado disse que, nessa época, a década de 1980, possuiu um hotel para cachorros em Luziânia (GO) -que teria rendido "US$ 20 mil por mês", na primeira entrevista, ou "R$ 100 mil líquidos", no segundo contato-, uma empresa de consultoria, cujos clientes não revelou, e uma "loja agropecuária".
Ele é presidente licenciado da Sociedade Brasileira de Cães Pastores Alemães.
Há mais de 25 anos tinha o salário do Senado como única renda, além das aplicações financeiras no Brasil.


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