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OUTRO LADO
Ex-consultor nega movimentação de contas no exterior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-consultor da presidência do Senado Francisco
Sampaio de Carvalho, 64,
negou as operações bancárias no exterior às quais seu
nome aparece relacionado.
Ele afirma nunca ter determinado a abertura de contas
em seu nome fora do Brasil
ou comprado ações no exterior. "Ações [no exterior]?
Não. Não costumo comprar
ações. Eu desconheço qualquer ação nesse sentido.
Nem determinei que comprasse. Desconheço completamente essa matéria."
O ex-assessor disse estar
sendo "chantageado" e que
seria "um cidadão vítima de
um desvario". Após uma
primeira entrevista, Carvalho enviou um e-mail: "Informo que, para efeito de
minha defesa, tive que gravar as conversas mantidas
com a sra. [...] com quem
mantive um relacionamento
afetivo. (...) Agora, como se
poderá constatar pelas fitas
gravadas, em meu poder, a
referida sra. procura me extorquir dinheiro, alegando
que tem em seu poder papéis que me comprometem,
os quais desconheço".
Ouvida, a mulher referida
por Carvalho negou as afirmações e disse que ele "mente". A reportagem pediu
acesso às fitas. Carvalho enviou a cópia de apenas uma
gravação, editada, de uma
conversa de dez minutos, na
qual não parece clara a "tentativa de extorsão".
Em sua casa em Brasília, o
ex-assessor mostrou sua declaração de Imposto de Renda de 2004, onde não consta
a posse de ações no exterior.
Disse ter patrimônio declarado de R$ 3,3 milhões,
relativos à casa em Brasília, a
um apartamento no Rio de
Janeiro, três carros e aplicações financeiras "em torno
de R$ 2,2 milhões ou R$ 2,3
milhões" em bancos no território brasileiro.
O ex-assessor afirmou que
parte do seu sucesso financeiro deve-se à leitura, na década de 80, de um livro intitulado "Como Ganhar Dinheiro Sem Fazer Força".
"O que eu tenho pra lhe dizer é o seguinte: todos os
meus ganhos são fruto da
iniciativa privada. E são frutos, vamos dizer assim, de 25
anos atrás. Agora, eu sou um
bom investidor."
O ex-assessor do Senado
disse que, nessa época, a década de 1980, possuiu um
hotel para cachorros em Luziânia (GO) -que teria rendido "US$ 20 mil por mês",
na primeira entrevista, ou
"R$ 100 mil líquidos", no segundo contato-, uma empresa de consultoria, cujos
clientes não revelou, e uma
"loja agropecuária".
Ele é presidente licenciado
da Sociedade Brasileira de
Cães Pastores Alemães.
Há mais de 25 anos tinha o
salário do Senado como única renda, além das aplicações financeiras no Brasil.
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