|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ibama refaz cálculos e reduz multas a empresa de sueco para R$ 381 mi
Valor total por supostos danos ambientais cometidos pela Gethal era de R$ 450 mi
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Procuradoria Jurídica do
Ibama no Amazonas desmembrou ontem uma das multas em
nove autos de infração por supostos danos ambientais e refez cálculos para evitar que a
Justiça derrube a cobrança
contra a empresa Gethal, do
empresário sueco-britânico
Johan Eliasch. Com a medida, o
valor total cai de R$ 450 milhões para R$ 381,2 milhões.
Segundo o Ibama, a madeireira explorou, comercializou e
transportou madeira nobre da
floresta na região de Manicoré
(AM) em desacordo com a legislação ambiental brasileira.
Também não cumpriu acordo
firmado em 2005 com o órgão.
O desmembramento da multa obedece a dispositivo da Lei
de Crimes Ambientais, que estipula o valor máximo por multa em R$ 50 milhões, afirmou o
gerente administrativo do Ibama, Henrique Pereira.
Ele disse que a Procuradoria
Jurídica alertou o órgão ontem,
antes de enviar a notificação à
Gethal. "É uma correção. Fazendo isso estamos evitando
que a empresa alegue que a
multa é exorbitante." Nas ações
que a Gethal responde na Justiça e somam R$ 16,2 milhões por
suposto dano ambiental, a empresa ingressou com recursos
alegando multa exorbitante.
A multa desmembrada ontem em nove autos de infração
caiu de R$ 350 milhões para
R$ 274.282.500. O Ibama diz
que a Gethal desmatou 21.398
hectares de floresta em várias
partes na área de manejo florestal em Manicoré (AM). Terá
que repor o volume de 699.809
m3 ou 230 mil árvores.
A segunda multa, que era
R$ de 100 milhões, teve o cálculo refeito e passou para
R$ 106,9 milhões, aplicada pelo
descumprimento de um TAC
(Termo de Ajustamento de
Conduta), firmado em 2005
com o órgão ambiental. Essa
infração não está prevista na
Lei de Crimes Ambientais.
Além das multas, o Ibama
anunciou que mantém suspensos os planos de manejo florestal da Gethal em Carauari, Lábrea, Novo Aripuanã, Humaitá
e Itacoatiara. Dois planos da
Gethal estão dentro de terras
indígenas: Pinatuba (Manicoré) e Searihan (Lábrea).
Em 2006, o empresário Johan Eliasch se apresentou à
Folha como dono de 160 mil
hectares de floresta, adquiridos
em 2005, em Itacoatiara, Manicoré e Lábrea. O Incra no Amazonas diz que as 57 terras somam 121,2 mil hectares e vai analisar a dominialidade da
propriedade, podendo pedir o
cancelamento das terras.
Texto Anterior: Mato Grosso é líder em multas, diz Ibama Próximo Texto: Outro lado: Empresa nega ter provocado dano ambiental Índice
|