São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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Copa não influi na eleição para 63%

DA REPORTAGEM LOCAL

A conquista do pentacampeonato pela seleção brasileira de futebol não tem influência sobre a escolha do candidato a presidente, afirmam 63% dos entrevistados pelo Datafolha. Somados os que dizem que o título mundial tem "muita importância" (19%) e os que apontam "um pouco de influência" (12%) na eleição, três em cada dez eleitores levarão em conta o penta na hora do voto.
Entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, 22% afirmam que o futebol tem "muita importância" no voto, contra 20% dos de José Serra, 18% de Ciro Gomes e 17% de Anthony Garotinho.
Dos entrevistados, 67% afirmam não saber (36%) ou não apontam nenhum beneficiário (31%) entre os candidatos pela vitória da seleção na Copa do Mundo. O tucano José Serra é o que obtém maior percentual como beneficiário pelo penta (18%), contra apenas 5% de Lula e 4% de Ciro e Garotinho.
Historicamente, não há correlação direta entre futebol e política. Conquistar a Copa do Mundo não assegura a vitória do governo na eleição, perder não implica necessariamente uma derrota.
Em 1958, o Brasil ganhou a Copa, e a situação perdeu as eleições; em 1986, a seleção perdeu, mas o governo teve uma vitória esmagadora, devido ao Plano Cruzado.
Em 1962, o Brasil voltou a vencer a Copa. O presidente era João Goulart (PTB), mas o regime era parlamentarista. O primeiro-ministro era do PSD. Nas eleições para a Câmara, o PTB aumentou sua bancada e o PSD diminuiu.
Na Copa de 1970, o presidente Emílio Médici recebeu a seleção tricampeã em Brasília. A Arena teve então sua maior vitória eleitoral, mas o governo militar havia cassado os principais líderes da oposição e a economia crescia a 9% ao ano.



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