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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO" /BASE PARTIDA
Lula oficializou ontem a nomeação de três ministros do PMDB; novas mudanças no primeiro escalão devem ser anunciadas amanhã
Wagner deve virar coordenador político
EDUARDO SCOLESE
KENNEDY ALENCAR
A SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que oficializou a nomeação de três novos ministros
da cota do PMDB, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva convidou de última hora o ministro Jaques Wagner (Conselhão) a viajar
com ele para a Escócia. A intenção
era oficializar ontem no avião o
convite para Wagner ser coordenador político.
Petista, Wagner deve incorporar atribuições da pasta de Aldo
Rebelo (Coordenação Política),
que será extinta. Há possibilidade
de que assuma a Secretaria Geral
da Presidência, hoje chefiada pelo
correligionário Luiz Dulci.
É que Lula, apesar de poupar o
presidente do PT, José Genoino,
em seus desabafos irados contra
petistas envolvidos na crise política, deseja que o atual secretário-geral assuma o comando do PT.
Essa operação, porém, é complicada. Se vingar, Wagner levaria o
Conselhão e as funções de Aldo
para a Secretaria Geral, fundindo
três pastas em uma, o que enxugaria o ministério, como deseja
Lula. Wagner deve ser anunciado
amanhã na nova função.
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci, ainda busca uma "surpresa" para o ministério. Seria um
nome de peso da sociedade -de
preferência, um empresário. No
entanto está difícil achar alguém
disposto a entrar no governo numa hora de crise. Palocci deseja
alguém assim para a Previdência
ou outra pasta importante. Se falhar, a intenção de Lula é nomear
um técnico para a Previdência.
Severino
Lula estuda dar uma pasta ao
PP. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE), quer contemplar o deputado Ciro Nogueira (PI). Uma vaga aventada é a de
Esportes, no caso de Aldo ir para
o Trabalho no lugar de Ricardo
Berzoini (PT).
Para aumentar sua proteção política no Congresso em meio à
pior crise de seu governo, Lula
oficializou os três nomes do
PMDB para o primeiro escalão: o
deputado federal mineiro Saraiva
Felipe (Saúde), o presidente da
Eletrobras, Silas Rondeau (Minas
e Energia), e o senador mineiro
Hélio Costa (Comunicações).
Com isso, o petista Humberto
Costa (PE) e o peemedebista Eunício Oliveira (CE) deixam a Saúde e as Comunicações, respectivamente. Eles serão candidatos em
seus Estados em 2006. O presidente, seguindo a legislação eleitoral, seria obrigado a trocá-los
até 30 de abril do ano que vem,
prazo limite para a saída de cargos
executivos de quem deseja disputar eleição em 2006.
Na pasta de Minas e Energia,
Rondeau (nome ligado ao clã Sarney) assume na vaga de Maurício
Tolmasquin, interino devido ao
remanejamento de Dilma Rousseff à chefia da Casa Civil.
Reunião do G8
Ontem, logo após o anúncio,
Lula embarcou para a Escócia,
onde hoje participa como convidado de reunião do G-8 (grupo
que reúne os sete países mais ricos
do mundo e a Rússia). Na volta,
amanhã, promete anunciar outras mudanças, além de dar posse
a Felipe, Rondeau e Costa.
A atual reforma, que não tem
prazo para ser finalizada, envolverá trocas em estatais. Avalia-se
a possível saída do vice-presidente José Alencar (PL) da Defesa.
Já o PMDB, que ontem ganhou
duas pastas e manteve outra, perderá a Previdência, com a saída de
Romero Jucá (RR), investigado
pelo Supremo Tribunal Federal
sob suspeita de desvio de recursos
públicos.
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