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Dantas se identifica em e-mail como "Olhos Verdes Sensuais'
DA REPORTAGEM LOCAL
A denúncia protocolada pelo
Ministério Público Federal
contra o banqueiro Daniel
Dantas revelou que ele tramou,
em e-mails trocados com o consultor de empresas Roberto
Amaral, pagamentos para dois
jornalistas que teriam divulgado notícias de interesse de seu
grupo empresarial.
Amaral foi alto executivo da
empreiteira Andrade Gutierrez. Já reconheceu ter trabalhado como "consultor" de
Dantas entre 2000 e 2005. A
Polícia Federal apreendeu diversos e-mails arquivados em
computador de Amaral.
Nos e-mails, Dantas se identifica como DVD, OVS ou
"Olhos Verdes Sensuais". Amaral responde como "Rogério".
Em 2001, Dantas diz a Amaral que precisa ser publicada na
imprensa uma nota contra seu
desafeto, o empresário Luís Roberto Demarco, com quem travava disputa judicial. A nota,
que colocava Demarco como
um denunciante de propinas
na polícia, saiu no dia 4 de dezembro daquele ano na coluna
on-line do jornalista Claudio
Humberto, ex-porta-voz do
presidente Fernando Collor
(1990-1992).
O outro jornalista citado na
denúncia é Gilberto Pierro, o
"Giba Um", que tem blog na internet. Em abril de 2002, Amaral cobra o pagamento de R$ 50
mil, dos quais iriam R$ 25 mil
para "CH" (Claudio Humberto)
e R$ 5.000 para "Giba Um".
No dia 12, Amaral pede
R$ 117 mil para pagar Claudio
Humberto e quitar "dois anúncios publicados no "Jornal de
Brasília'".
A denúncia do procurador
também traz detalhes sobre o
papel do consultor Guilherme
Martins, o Guiga. Em depoimento, o presidente da Santos
Brasil, da qual o Opportunity é
acionista, Wadi Jasmin, disse
que Guiga foi contratado "apenas para agendar reuniões com
políticos". Ele citou encontros
com o senador Antonio Carlos
Magalhães (DEM-BA), morto
em 2007, e o ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF).
Seixas, segundo Jasmin, "é
advogado contratado pela Santos Brasil para atuar na discussão envolvendo a questão de
portos privativos".
O advogado de Amaral, José
Luis Oliveira Lima, disse que
seu cliente é "dos mais respeitados do país". Segundo o advogado, Amaral "é fonte não apenas de Humberto e Giba Um,
mas também de diversos outros jornalistas importantes". A
consultoria de Amaral ocorreu
"dentro de princípios éticos e
legais". Humberto negou qualquer irregularidade na sua conduta. Giba Um não foi localizado.
(RV, FF E AF)
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