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RIO DE JANEIRO
Procurador é acusado de falsificar papéis para beneficiar deputado
DA SUCURSAL DO RIO
O Tribunal de Justiça do
Rio instaurou uma ação penal contra o procurador de
Justiça Elio Gitelman Fischberg e o advogado Jaime Samuel Cukier, acusados de
falsificar documentos públicos em benefício do deputado federal Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
Cunha não foi incluído na
denúncia apresentada pela
Promotoria. À Folha disse
ser "vítima" das falsificações.
Segundo o Ministério Público Estadual, o crime ocorreu em 2002, quando Fischberg era segundo-subprocurador-geral de Justiça e
atuava como consultor jurídico do escritório de Cukier,
do qual Cunha era cliente.
Segundo a denúncia, "instigado" por Cukier, o procurador forjou documentos da
Promotoria que atestavam o
arquivamento de quatro inquéritos nos quais eram apuradas supostas irregularidades cometidas pela direção
da Cehab (Companhia de
Habitação do Estado do Rio).
Entre os investigados estava
Cunha, que presidiu o órgão
em 1999 e 2000.
Para conferir autenticidade, o procurador teria falsificado a assinatura de três colegas. Exame grafotécnico do
Instituto de Criminalística
Carlos Éboli confirmou a falsidade das assinaturas.
Ainda segundo a Promotoria, os documentos falsos foram entregues por Fischberg
e Cukier a Cunha, que encaminhou cópias ao TCE (Tribunal de Contas do Estado).
A Folha não conseguiu localizar o procurador, que foi
afastado de suas funções pelo Órgão Especial do Colégio
de Procuradores de Justiça.
Cukier negou envolvimento. "Os desembargadores da
área criminal não aceitaram
a denúncia. A acusação é de
que eu teria instigado o procurador a falsificar os documentos, mas em nenhum
momento é dito como."
Cukier afirmou ainda que,
em documento enviado à
Justiça, o procurador assumiu a responsabilidade.
Cunha afirmou que cabe
ao procurador responder às
acusações. "Infelizmente fui
uma das vítimas. Ele estava
no exercício da função, e me
deu um ofício, assinado por
ele mesmo."
(DENISE MENCHEN)
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