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Câmara insiste na construção de fosso
Diretor ameaça com piranhas e jacarés
da Sucursal de Brasília
O diretor-geral da Câmara
dos Deputados, Adelmar Sabino, disse ontem que a decisão
de construir um fosso nos gramados do Congresso para isolar o prédio de manifestações
públicas é irreversível.
A idéia do fosso, que terá 6m
de largura por 1,92m de profundidade, impedindo o acesso à rampa do Congresso, é do
presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
"O senador (ACM) não volta
atrás; vai fazer mesmo", disse
Sabino. A obra, planejada pelo
departamento de engenharia
da Câmara, será executada pelo Senado.
"E ainda vamos soltar piranhas e jacarés" , disse Sabino,
fazendo piada ao comentar que
a obra não dará chance para
que manifestantes entrem no
Congresso sem autorização.
"Vai facilitar muito a segurança, que deixará de ser feita
com grande número de policiais e com o uso de cavalos e
de bombas para conter os manifestantes", disse.
Sabino acha a obra necessária
porque, em caso de reeleição
do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Congresso terá
de concluir a votação da emenda constitucional da reforma
da Previdência.
Nos últimos anos, as votações das reformas administrativa e da Previdência provocaram vários conflitos fora e dentro do Congresso. Em maio,
manifestantes ligados à CUT
(Central Única dos Trabalhadores) invadiram o plenário da
Câmara.
Durante o recesso parlamentar, o prédio principal da Câmara dos Deputados também
passou por uma reforma, que
vai permitir que o presidente
da Casa se desloque do seu gabinete até o plenário sem atravessar o Salão Verde, onde se
concentram os lobistas durante as votações importantes.
Foi aberto um corredor de
cerca de 15 metros que liga o
gabinete do presidente à porta
do plenário localizada em um
canto do Salão Verde. O corredor passa por área antes ocupada pela liderança do PTB.
Para chegar ao seu gabinete,
o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deixava o elevador no Salão Verde e
percorria cerca de 80 metros.
Era abordado por dezenas de
jornalistas, parlamentares e visitantes, muitos deles lobistas.
Há cerca de dois anos, a Câmara e o Senado começaram a
tomar providências para reforçar a segurança dos prédios do
Congresso. A primeira medida
foi proibir o acesso às cúpulas
do prédio principal, prejudicando principalmente turistas.
(OSWALDO BUARIM JR. e
LUCIO VAZ)
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