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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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De olho na eleição municipal, estratégia voltada a pequenas cidades custará R$ 400 mil e terá programa na televisão

PT lança campanha para chegar a grotões e filiar mais 1 milhão

JULIA DUAILIBI
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

De olho nas eleições de 2004, o PT lançou uma ambiciosa campanha de filiação, cuja estratégia é avançar rumo às pequenas cidades, onde o partido avalia que há uma maior resistência a candidatos petistas, ultrapassando os limites dos centros urbanos, tradicionais redutos eleitorais da sigla.
O raciocínio é o seguinte: 88% dos quase 6 mil municípios brasileiros são compostos por até 20 mil eleitores. Somados, dão mais de um terço do eleitorado (38 milhões pessoas). O partido pretende conquistar 1,1 milhão de novos petistas até dezembro de 2004. Somado aos atuais 400 mil militantes, o número de filiados à legenda poderá chegar a 1,5 milhão.
Com essa estratégia, o PT vai lançar um projeto chamado Pequeno Município, que será difundido em 423 microrregiões de todo o país, atingindo cidades onde estão os chamados grotões rurais. Cada uma dessas localidades terá um coordenador que receberá uma estrutura básica de trabalho: telefone, fax e computadores.
"Vamos manter nosso peso nos grandes centros, mas ampliaremos nos pequenos municípios", declarou Sílvio Pereira, secretário nacional de Organização do PT. "Dessa maneira, vamos chegar aos grotões, que, somando tudo, dá um belo grotão", completou.
A campanha de filiação, orçada em cerca de R$ 400 mil, prevê mil outdoors espalhados pelo país, folders, cartazes e disque 0800.

Apoio ao governo
O PT planeja ainda, por meio da campanha de filiação, garantir um maior e mais forte apoio popular às ações do governo federal, principalmente após as desgastantes negociações para aprovação das reformas no Congresso.
O tema será levado ao horário eleitoral de TV e de rádio em setembro (inserções estaduais) e em outubro (cadeia nacional). Um minuto desses programas será destinado para a campanha de filiação. A agência de Duda Mendonça, dona de um contrato de cerca de R$ 3 milhões com o PT, será a autora das inserções.
Segundo Pereira, a campanha, antes de tudo, é "estrutural". "Estamos preparando a sustentação do governo e a estrutura para as eleições de 2004. As coisas caminham junto. Esses são os dois grandes fios condutores", disse.
A idéia é ampliar a inserção do partido nos setores sociais. "Queremos ter todo o segmento social sustentando o governo e o partido", afirmou o secretário.
A direção da legenda avalia que, nos últimos anos, o PT envelheceu bastante. Por isso, a campanha focará o público mais jovem. Caberá, entretanto, às secretarias segmentar o projeto de filiação. As áreas da juventude, da mulher e do combate ao racismo, entre outras, serão envolvidas.



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