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"Atende o meu telefone aí", pede Maria do Rosário à rival Manuela
Presidente do PC do B apóia união da esquerda no 2º turno
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
No dia em que Maria do Rosário (PT) voltou às ruas de
Porto Alegre pedindo votos e o
candidato à reeleição José Fogaça (PMDB) reassumiu o cargo de prefeito, do qual estava licenciado, o nome mais falado
na busca de apoio para o segundo turno foi o de Manuela D'Ávila (PC do B), que ficou em terceiro lugar no domingo.
A petista contou, no começo
da tarde, que tentava falar com
a comunista desde cedo, sem
sucesso. "Manuela, atende o
meu telefone aí!", pediu Rosário, em tom de brincadeira.
De olho no apoio dos sete
partidos da coligação de Manuela, Fogaça a elogiou, disse
que as siglas devem iniciar as
conversas e que vislumbra um
acordo. O PPS, partido da chapa da comunista, é próximo ao
prefeito, participa da gestão e
se opõe ao presidente Lula.
Se depender da direção nacional do PC do B, a sigla apoiará Rosário. De acordo com Renato Rabelo, presidente da legenda, os "partidos de esquerda
da base do governo Lula, PC do
B, PT e PSB" devem ter um "papel nuclear" no segundo turno.
O ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), também se
manifestou a favor do acordo.
O PC do B gaúcho, porém,
tem ressentimentos devido a
atritos na campanha. Manuela
não gosta de Rosário, embora
evite manifestar o sentimento
em público. A Folha conversou
com correligionários da comunista, que não quis falar ontem.
Fogaça e Rosário são de partidos da base de Lula, mas o
PMDB local é adversário do
PT. Haverá também confrontos da base no segundo turno
em Pelotas (PT X PP) e Canoas
(PT X PTB).
PP (146) e PMDB (143) obtiveram o maior número de prefeitos no RS, que tem 496 municípios. O PMDB manteve o
controle de Caixas do Sul, segundo maior colégio eleitoral, e
bateu os petistas em Santa Maria, berço político do ministro
Tarso Genro (Justiça).
O PT venceu em 60 municípios -em 2004, foram 43. Das
dez cidades mais populosas, ganhou em São Leopoldo, Gravataí, Viamão e Novo Hamburgo.
O PSDB, da governadora Yeda
Crusius, manteve-se com 19
prefeituras e o DEM encolheu
de 18 para 13 cidades. O PDT
teve as maiores perdas: em
2004, elegeu 97 prefeitos e agora, 64.
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