São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2000

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RIO DE JANEIRO
Governador tenta evitar sua expulsão do PDT em convenção
Garotinho não obtém assinaturas

DA SUCURSAL DO RIO

O governador do Rio, Anthony Garotinho, não conseguiu atingir as 53 assinaturas necessárias para convocar uma convenção nacional do PDT, encontro no qual pretendia trocar a direção do partido e evitar sua expulsão.
O novo fracasso se soma ao desempenho dos candidatos de Garotinho nas eleições municipais. No Estado, 71,78% dos eleitores estão em municípios que elegeram prefeitos de partidos adversários ao governador.
Nesta semana, a Executiva Nacional pedetista, dominada por simpatizantes do presidente do partido, Leonel Brizola, se reúne no Rio e discute, entre outros assuntos, a continuidade do processo de expulsão de Garotinho.
Os brizolistas vão marcar para este mês uma reunião do Diretório Nacional, em que a expulsão será votada.
Garotinho é acusado de traição ao partido ao ter se negado a apoiar a candidatura de Brizola à Prefeitura do Rio.
O governador chega hoje de uma viagem de oito dias à China e será recepcionado por secretários de Estado e apoiadores. O ato é uma demonstração de força diante do desgaste de Garotinho.
A convenção planejada por Garotinho tinha o objetivo de neutralizar o domínio dos brizolistas. As 53 assinaturas representam 30% dos membros do Diretório Nacional, o mínimo necessário para convocar uma convenção. O governador conseguiu cerca de 30 adesões.
Segundo o secretário estadual de Governo, Fernando William, as assinaturas não foram atingidas porque vários dos descontentes do partido já se desligaram do PDT, principalmente no Rio Grande do Sul, não querendo participar de uma tentativa de renovação da legenda.
Carlos Lupi, membro da Executiva Nacional, afirma que o partido vai procurar atrair novamente os militantes gaúchos, mas não acredita que possa ocorrer uma pacificação também no Rio. Para ele, Garotinho não conseguiu o limite mínimo de assinaturas porque há rejeição a sua proposta de mudar a direção do PDT.
Se for confirmada a expulsão, o governador e seu grupo político vão permanecer sem legenda, analisando a possibilidade de entrada em um novo partido ou a criação de uma outra agremiação.
Um dos articuladores políticos do governador afirma que não há pressa para a definição, o que pode ocorrer só no começo do próximo ano, e que ela será negociada levando-se em consideração a boa popularidade do governo de Garotinho.
(ANTONIO CARLOS DE FARIA)

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