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RIO DE JANEIRO
Governador tenta evitar sua expulsão do PDT em convenção
Garotinho não obtém assinaturas
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio, Anthony
Garotinho, não conseguiu atingir
as 53 assinaturas necessárias para
convocar uma convenção nacional do PDT, encontro no qual pretendia trocar a direção do partido
e evitar sua expulsão.
O novo fracasso se soma ao desempenho dos candidatos de Garotinho nas eleições municipais.
No Estado, 71,78% dos eleitores
estão em municípios que elegeram prefeitos de partidos adversários ao governador.
Nesta semana, a Executiva Nacional pedetista, dominada por
simpatizantes do presidente do
partido, Leonel Brizola, se reúne
no Rio e discute, entre outros assuntos, a continuidade do processo de expulsão de Garotinho.
Os brizolistas vão marcar para
este mês uma reunião do Diretório Nacional, em que a expulsão
será votada.
Garotinho é acusado de traição
ao partido ao ter se negado a
apoiar a candidatura de Brizola à
Prefeitura do Rio.
O governador chega hoje de
uma viagem de oito dias à China e
será recepcionado por secretários
de Estado e apoiadores. O ato é
uma demonstração de força diante do desgaste de Garotinho.
A convenção planejada por Garotinho tinha o objetivo de neutralizar o domínio dos brizolistas.
As 53 assinaturas representam
30% dos membros do Diretório
Nacional, o mínimo necessário
para convocar uma convenção. O
governador conseguiu cerca de 30
adesões.
Segundo o secretário estadual
de Governo, Fernando William,
as assinaturas não foram atingidas porque vários dos descontentes do partido já se desligaram do
PDT, principalmente no Rio
Grande do Sul, não querendo participar de uma tentativa de renovação da legenda.
Carlos Lupi, membro da Executiva Nacional, afirma que o partido vai procurar atrair novamente
os militantes gaúchos, mas não
acredita que possa ocorrer uma
pacificação também no Rio. Para
ele, Garotinho não conseguiu o limite mínimo de assinaturas porque há rejeição a sua proposta de
mudar a direção do PDT.
Se for confirmada a expulsão, o
governador e seu grupo político
vão permanecer sem legenda,
analisando a possibilidade de entrada em um novo partido ou a
criação de uma outra agremiação.
Um dos articuladores políticos
do governador afirma que não há
pressa para a definição, o que pode ocorrer só no começo do próximo ano, e que ela será negociada levando-se em consideração a
boa popularidade do governo de
Garotinho.
(ANTONIO CARLOS DE FARIA)
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