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SUCESSÃO NO ESCURO
PSDB quer diminuir exigências pefelistas em acordo para 2002
Crise tucana faz Planalto
admitir aliança sem PFL
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise do PSDB levou ontem o
Planalto e os tucanos a admitirem
disputar a eleição presidencial
sem a companhia do PFL. Trata-se de uma tentativa para desviar a
atenção do acirramento da disputa entre José Serra e Tasso Jereissati pela indicação da sigla e forçar
os pefelistas a diminuir suas exigências para a reedição em 2002
da aliança eleitoral vitoriosa em
1994 e 1998.
Em conversa no Palácio da Alvorada, o presidente Fernando
Henrique Cardoso, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, e
o presidente da Câmara, Aécio
Neves (PSDB-MG), concluíram
que o governo "tem de começar a
admitir com naturalidade o PFL
ter a sua própria candidatura",
conforme disse Aécio, à saída.
Os três também concordaram
que a data ideal -um dos motivos de divergência entre os tucanos- para a definição do nome
do candidato é o início de março.
O crescimento de Roseana Sarney (PFL-MA) nas pesquisas e o
aprofundamento das divergências entre os dois principais concorrentes tucanos, José Serra, ministro da Saúde, e o governador
do Ceará, Tasso Jereissati, compõem os ingredientes da crise por
que passa o PSDB.
Esses eram os temas previstos
para ser tratados na reunião de
ontem da Executiva Nacional da
legenda, em Brasília, e que não
havia terminado até o fechamento desta edição.
Na origem da reunião esteve a
insatisfação de Tasso com o cronograma desejado por Serra e estimulado pelo Planalto para a escolha do candidato do PSDB. Tasso quer pressa e igualdade de condições na disputa. Serra quer deixar a definição do nome para o final de fevereiro ou início de março do ano que vem.
Por igualdade de condições, por
exemplo, Tasso entende aproveitar o espaço de TV do partido, cujas inserções começaram ontem e
se estenderão até o dia 17, para dar
dimensão nacional a seu nome.
A queixa dos "tassistas" é que
Serra, por ser ministro da Saúde,
tem mídia nacional, tanto já apareceu oito vezes em cadeia nacional e duas em cadeia regional.
Serra, por seu turno, quer aproveitar ao máximo sua atuação no
ministério e conta que, daqui a
cinco meses, o governo FHC deve
estar mais bem avaliado (a avaliação positiva do presidente tem se
mantido estável nas pesquisas).
Se as coisas se mantiverem como
estão, a candidatura cairia em
suas mãos quase por gravidade.
"O Serra não pode dar ao processo o ritmo dele. O ritmo é o do
partido", diz o senador Lúcio Alcântara (PDSB-CE), espécie de
porta-voz de Tasso na bancada
cearense no Congresso.
O programa projetado pelo publicitário do PSDB, Paulo de Tarso, segundo dirigentes tucanos,
"diluía" os presidenciáveis da sigla, o que só interessaria a Serra.
José Aníbal tem opinião diferente.
Ele quer expor desde já os presidenciáveis tucanos, que continuam na rabeira das pesquisas,
enquanto Roseana Sarney sobe.
De certo, é que FHC vai estrelar
o programa de 20 minutos do dia
15, com destaque para a aclamação que teve na Assembléia Nacional francesa, semana passada.
Para passar a idéia de que os tucanos são administradores reconhecidos internacionalmente.
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