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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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Familiares de desaparecidos atacam governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Familiares de mortos e desaparecidos políticos durante o regime militar (1964-1985) criticaram ontem, em audiência na Câmara dos Deputados, a posição do governo sobre a localização dos corpos de militantes do PC do B que integraram a guerrilha do Araguaia.
O advogado-geral da União, Álvaro Ribeiro da Costa, e os ministros José Dirceu (Casa Civil), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Nilmário Miranda (Direitos Humanos) e José Viegas (Defesa) foram convidados, mas não compareceram à audiência na comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Eles compõem o grupo interministerial criado para reunir elementos necessários para a localização dos corpos de 61 militantes desaparecidos.
Os familiares reclamaram por não terem sido incluídos na comissão e criticaram o fato de o governo ter recorrido da decisão judicial que determinou a abertura dos arquivos militares relativos ao Araguaia.
"Nenhuma nação vira uma página de sua história escondendo sua própria história", afirmou Elizabeth Silveira e Silva, parente de uma das vítimas.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que também é advogado das famílias dos desaparecidos, compareceu à audiência e afirmou ter ouvido de um emissário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o trabalho da comissão interministerial não será em vão.
A audiência foi realizada por requerimento da deputada Luciana Genro (PT-RS). Compareceram, além de Elizabeth, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) e parentes dos desaparecidos. (RANIER BRAGON)

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