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Familiares de
desaparecidos
atacam governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Familiares de mortos e desaparecidos políticos durante o
regime militar (1964-1985) criticaram ontem, em audiência
na Câmara dos Deputados, a
posição do governo sobre a localização dos corpos de militantes do PC do B que integraram a guerrilha do Araguaia.
O advogado-geral da União,
Álvaro Ribeiro da Costa, e os
ministros José Dirceu (Casa Civil), Márcio Thomaz Bastos
(Justiça), Nilmário Miranda
(Direitos Humanos) e José Viegas (Defesa) foram convidados, mas não compareceram à
audiência na comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Eles compõem o grupo interministerial criado para reunir
elementos necessários para a
localização dos corpos de 61
militantes desaparecidos.
Os familiares reclamaram
por não terem sido incluídos
na comissão e criticaram o fato
de o governo ter recorrido da
decisão judicial que determinou a abertura dos arquivos
militares relativos ao Araguaia.
"Nenhuma nação vira uma
página de sua história escondendo sua própria história",
afirmou Elizabeth Silveira e Silva, parente de uma das vítimas.
O presidente da Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que também é
advogado das famílias dos desaparecidos, compareceu à audiência e afirmou ter ouvido de
um emissário do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva que o
trabalho da comissão interministerial não será em vão.
A audiência foi realizada por
requerimento da deputada Luciana Genro (PT-RS). Compareceram, além de Elizabeth, a
deputada Maria do Rosário
(PT-RS) e parentes dos desaparecidos.
(RANIER BRAGON)
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