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TRIBUTÁRIA
Mercadante diz que vai negociar com a oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As ameaças feitas pela oposição
de obstruir a tramitação das reformas tributária e previdenciária
no Senado, em protesto contra a
MP que acabou com a cumulatividade da Cofins, forçaram o governo a reabrir a negociação com
PSDB e PFL e a acenar com mudanças na reforma tributária.
"No que depender da minha
disposição, será céu de brigadeiro. O diálogo é sempre melhor
que o confronto. Mas, na democracia, você negocia, mas há sempre o recurso da maioria, que é
democrático e legítimo", disse o
líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP). O petista havia
mantido diálogos ásperos com o
líder do PFL, José Agripino (RN),
e com o senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE) na véspera, depois
que a oposição abandonou a votação dos destaques à reforma tributária na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça).
Jereissati afirmou que a oposição teria de ser radical porque o
governo não negocia nada e está
sendo "prepotente" e "arrogante". "Quando todo mundo acha
que uma coisa está errada e só você acha que está certa, alguma coisa está errada com você", teria dito o tucano ao líder do governo.
Agripino havia cobrado do líder
do governo que ele "conversasse"
com a oposição: "Não vai adiantar nada o governo mandar aqui o
secretário da Receita, Jorge Rachid, [para explicar a MP] se você
não conversar com as pessoas".
Depois da conversa, quando começaram a ser analisados pontos
da reforma, o tucano admitiu que
a relação poderia mudar. ""Isso vai
contribuir para melhorar a relação do governo com a oposição. O
governo não pode estar simplesmente impondo o que quiser na
base do rolo compressor", disse.
Agripino também foi procurado ontem pelo líder do governo e
ficou marcada uma reunião entre
Mercadante, Jucá, pefelistas, tucanos e técnicos para começarem a
discutir um texto consensual.
Mas Agripino foi cauteloso: "A
oposição só desiste da obstrução
se a conversa não for um diálogo
de surdos. O governo sabe o que o
PFL quer nas duas reformas. Se
não houver avanços nesses pontos, vai ser olho por olho".
Mercadante defendeu pontos
na proposta de Jereissati, como a
determinação de criação do Imposto sobre Valor Agregado em
2007. "Acho que é bom que a proposta seja incisiva na criação do
IVA em 2007", disse Mercadante.
Ele também defendeu a abertura
da discussão da MP da Cofins pelo Congresso, para amenizar o
prejuízo dos setores que perdem
com o aumento da alíquota, como o setor de prestação de serviços.
(RAQUEL ULHÔA)
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