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Projeto prevê venda de
moradia de deputados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com aumento de 54% nos salários garantido e proposta para aumentar a verba de gabinete e auxílio-moradia, os deputados planejam agora vender os apartamentos funcionais para financiar a
construção de mais gabinetes.
Anteprojeto aprovado pela Mesa Diretora da Câmara em dezembro autoriza a venda dos apartamentos funcionais destinados aos
deputados. A idéia é que o dinheiro seja usado na construção de
um novo anexo para abrigar cerca
de cem gabinetes dos deputados.
Os primeiros 192 apartamentos
renderiam cerca de R$ 76 milhões, mas a receita poderá chegar
a R$ 172 milhões se forem vendidos os 432 imóveis.
O anteprojeto precisa ser aprovado novamente pela Mesa porque não foi assinado pelo ex-presidente da Câmara Aécio Neves
(PSDB-MG), que temia repercussões negativas. Eleito governador
de Minas Gerais, Aécio renunciou
à presidência no dia 17 de dezembro. O projeto deverá ser apresentado formalmente em fevereiro
para começar a tramitar nas comissões técnicas.
Pela proposta, num primeiro
momento, seriam vendidos os 192
apartamentos que estão vazios,
mas a idéia é vender todos os
apartamentos até o final da legislatura. Hoje, a Câmara dos Deputados gasta cerca de R$ 1.500 por
mês para manter cada apartamento -ocupado ou vazio.
Só a manutenção anual dos
apartamentos vazios custa R$ 3,4
milhões. Os apartamentos estão
vazios porque a maioria dos deputados prefere morar em hotéis
e receber o auxílio-moradia de R$
3.000. Grande parte mora no hotel
Blue Tree Tower, de propriedade
do senador eleito Paulo Octávio
(PFL-DF), localizado próximo ao
Palácio do Planalto.
Projeto da Mesa que reajusta
em 40% a verba destinada à contratação de funcionários dos gabinetes -de R$ 25 mil para R$ 35
mil- também eleva o auxílio-moradia para R$ 5.000. A bancada petista é contra o aumento do auxílio-moradia.
Com área construída de 240 m2,
localizados em área central, os
apartamentos funcionais em perfeito estado valem cerca de R$ 400
mil, segundo avaliação da direção
da Câmara. Entretanto, muitos
são antigos, estão mal conservados e precisam de reformas.
Se aprovada a proposta, os imóveis serão vendidos em concorrência pública, sem preferência
para os deputados.
Elaborado pelo 4º secretário da
Câmara, Ciro Nogueira (PFL-PI),
o projeto que autoriza a venda dos
apartamentos será votado pela
Câmara e pelo Senado. Se aprovado, irá à sanção presidencial, podendo ser vetado.
(LUCIO VAZ)
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