São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004

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MULTIMÍDIA

Le Monde - de Paris

Ex-secretário ataca o governo de Lula

FRANÇA - O ex-secretário nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares afirmou ao jornal francês "Le Monde" que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "lava as mãos" diante do "genocídio em curso contra os jovens negros e pobres" do Brasil.
O antropólogo, que deixou o governo em outubro, após a divulgação de que sua secretaria contratara a mulher e a ex-mulher dele, critica a política de combate à violência do governo Lula, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente nacional do PT, José Genoino.
"O núcleo duro do governo Lula não soube assimilar as experiências das cidades administradas pelo PT, como Diadema [SP], nem [reconhecer] a necessidade de uma política específica [para a área]", afirmou.
Um dos erros, para ele, foi seu cargo ter sido vinculado ao Ministério da Justiça, e não diretamente à Presidência da República.
Sobre Dirceu, Soares criticou o fato de o ministro ter dito que o Brasil precisava de um czar antidrogas -"tomando emprestado o que os EUA têm de pior".
"Não foi o primeiro escorregão. O presidente do PT, José Genoino, quando candidato ao governo de São Paulo, copiou as propostas da direita", completou Soares, que vem criticando o PT e o governo Lula desde que deixou o cargo. À Folha, disse ter sido vítima de "fritura" e acusou a legenda de "métodos stalinistas".
O texto do "Monde" intercala a exposição da "cólera" do ex-secretário com um retrato da violência no país. Segundo o jornal, o Brasil é responsável por cerca de 10% dos assassinatos no mundo e, entre os países sem guerras internas, detém o recorde de mortes causadas por armas de fogo.


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