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MULTIMÍDIA
Le Monde - de Paris
Ex-secretário ataca o governo de Lula
FRANÇA - O ex-secretário nacional de Segurança Pública Luiz
Eduardo Soares afirmou ao jornal
francês "Le Monde" que o governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva "lava as mãos" diante do
"genocídio em curso contra os jovens negros e pobres" do Brasil.
O antropólogo, que deixou o
governo em outubro, após a divulgação de que sua secretaria
contratara a mulher e a ex-mulher
dele, critica a política de combate
à violência do governo Lula, o ministro-chefe da Casa Civil, José
Dirceu, e o presidente nacional do
PT, José Genoino.
"O núcleo duro do governo Lula
não soube assimilar as experiências das cidades administradas
pelo PT, como Diadema [SP],
nem [reconhecer] a necessidade
de uma política específica [para a
área]", afirmou.
Um dos erros, para ele, foi seu
cargo ter sido vinculado ao Ministério da Justiça, e não diretamente
à Presidência da República.
Sobre Dirceu, Soares criticou o
fato de o ministro ter dito que o
Brasil precisava de um czar antidrogas -"tomando emprestado
o que os EUA têm de pior".
"Não foi o primeiro escorregão.
O presidente do PT, José Genoino, quando candidato ao governo
de São Paulo, copiou as propostas
da direita", completou Soares,
que vem criticando o PT e o governo Lula desde que deixou o
cargo. À Folha, disse ter sido vítima de "fritura" e acusou a legenda
de "métodos stalinistas".
O texto do "Monde" intercala a
exposição da "cólera" do ex-secretário com um retrato da violência no país. Segundo o jornal, o
Brasil é responsável por cerca de
10% dos assassinatos no mundo e,
entre os países sem guerras internas, detém o recorde de mortes
causadas por armas de fogo.
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