São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004

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CEARÁ

Eleição pode selar fim de aliança entre Tasso e Ciro

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

As eleições municipais podem marcar o fim de um casamento político de 18 anos, formador de uma das mais longas hegemonias da história do Ceará: a aliança entre os grupos do senador Tasso Jereissati (PSDB) e o do ministro Ciro Gomes (PPS).
Distantes no plano nacional desde a saída de Ciro do PSDB, em 1997, mantinham união no Estado, causando constrangimento aos tucanos na eleição presidencial de 2002, quando boa parte do grupo de Tasso negou apoio ao candidato José Serra, em nome da fidelidade a Ciro.
No casamento regional, o PPS sempre foi o coadjuvante (23 prefeituras contra 109 do PSDB). Agora, a aproximação de Ciro com o PT nacional é uma carta branca para o PPS escancarar ofensiva para crescer sozinho. No Ceará, o partido é comandado pelo irmão de Ciro, Cid Gomes, prefeito de Sobral, terra da família.
O PPS lançará candidatos em pelo menos 100 das 184 cidades do Ceará e pensa em vencer em 40. Com ou sem o PSDB.
Ponto significativo do rompimento deverá ser a disputa em Fortaleza. O PPS sinaliza que deve ficar com o pré-candidato apoiado pelo PT, o deputado federal Inácio Arruda (PC do B). O PSDB já anunciou que terá candidato próprio, ainda não definido.
No interior, os confrontos começam a se desenhar. Em Sobral, depois de oito anos, PPS e PSDB devem ficar em lados opostos, com a candidatura de um rival da família Ferreira Gomes, Marco Prado, que se filiou ao PSDB no ano passado, contra a pré-candidatura apoiada por Ciro e Cid, a do deputado federal Leônidas Cristino (PPS).
A situação é a mesma em pelo menos outros cinco municípios: Massapê, Crato, Brejo Santo, Maracanaú e Caucaia.
"Vamos lutar para manter a hegemonia política no Estado", disse o secretário de Governo, Luiz Pontes, senador licenciado e um dos interlocutores mais próximos de Tasso. "Mas é natural que o partido queira crescer."


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