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Sem-terra atribui crime a quadrilha
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de
Pernambuco negou ontem o envolvimento dos assentados do engenho Bananeira, em Quipapá,
no conflito que resultou na morte
do soldado da Polícia Militar Luiz
Pereira da Silva e no seqüestro do
sargento Cícero Jacinto da Silva.
Segundo o líder do movimento
no Estado, Jaime Amorim, o principal suspeito de envolvimento no
crime, um homem identificado
por Ricardo [José Ricardo de Oliveira Rodrigues], foi expulso do
MST em novembro passado "por
desvio de conduta".
"Houve uma confusão", disse.
"Não foram os assentados que cometeram o crime", declarou. Segundo Amorim, Ricardo pertencia ao assentamento, que tem 46
famílias, mas deixou o local após a
expulsão. A mulher dele continua
morando na gleba.
O líder sem-terra afirmou que o
suspeito e um irmão dele, também expulso do MST, formavam
"um grupo violento". Os dois foram acusados de roubar seis motos dos assentados, disse.
Segundo ele, um grupo de lavradores correu para socorrer o casal
porque não reconheceu os três
policiais, que não usavam fardas.
Amorim acusa a quadrilha de
atacar os PMs. Ele suspeita que os
bandidos se infiltraram no acampamento. Para o líder sem-terra,
eles planejavam ações criminosas
sem conhecimento de lavradores.
"O pessoal está amedrontado
lá", disse. Segundo ele, o MST vai
divulgar hoje uma nota oficial sobre o caso.
O comandante do 10º Batalhão
da Polícia Militar de Palmares,
major Sillas Charamba, disse esperar que o movimento "entregue
os assassinos para mostrar que
não compactua com o crime". O
líder sem-terra afirmou que os
suspeitos não estão mais no assentamento.
(FG)
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