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BAHIAGATE
Partido de ACM perde cadeira
Eleição no conselho pode adiar decisão
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética do Senado
terá sua composição alterada antes da reunião que discutirá a
abertura ou não de investigação
do suposto envolvimento do senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA) nos grampos telefônicos da Bahia. Marcada para a próxima quarta-feira, a reunião poderá ser adiada, já que novos integrantes do conselho deverão ser
escolhidos em plenário.
A nova composição será desfavorável a ACM, já que o PFL perderá um representante, e os partidos da base de sustentação do governo, defensores da apuração do
caso no conselho, passarão de 3
para 6 integrantes.
A necessidade de substituir os
integrantes foi levantada pelo PT,
com aval do governo, com base
no Regimento Interno do Senado,
que determina que até o mês de
março do primeiro e terceiro anos
de cada legislatura, o Senado eleja
novos membros para o conselho.
"O Conselho de Ética numa nova legislatura precisa ter nova
composição, que expresse a proporcionalidade do resultado das
últimas eleições", afirmou o líder
do governo no Senado, Aloizio
Mercadante (PT-SP).
O assunto foi tratado ontem entre os presidentes do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), e o do conselho, Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS). Fonseca deverá ser mantido
na presidência, segundo o líder do
seu partido, Renan Calheiros
(AL). A função cabe ao PMDB por
ele ter a maior bancada da Casa.
As alterações provocadas pela
eleição nos tamanhos das bancadas irão causar a seguinte alteração no conselho: o PMDB passa
de 5 para 4 vagas, o PFL, de 4 para
3, o PT, de 1 para 3, o PSDB, de 3
para 2, o PTB passa a ter 1 vaga e o
PDT mantém 1. Sobra uma vaga
para ser ocupada por um representante do PSB, PL ou PPS.
Também integra o conselho o
corregedor do Senado, que por
enquanto é Romeu Tuma (PFL-SP), mas que poderá ser substituído, já que ele passou a integrar a
Mesa Diretora nessa sessão legislativa como primeiro secretário.
Adiamento
Por determinação de Sarney, a
secretaria geral já encaminhou
ofício aos líderes partidários pedindo a indicação dos novos representantes, que terão de ser
eleitos em plenário.
Isso poderá provocar o adiamento da reunião do conselho, já
que a eleição só pode ocorrer após
a votação de uma medida provisória que está trancando a pauta
de votações -a que trata de dívida de pequenos agricultores.
O presidente do conselho voltou a acusar o PT de não querer,
de fato, a cassação do mandato de
ACM, porque pediu investigação
preliminar e não abertura de processo de perda de mandato.
Segundo ele, pelas provas já
produzidas pela Polícia Federal, já
haveria indícios para abertura de
processo de cassação. "Se o presidente do conselho tem esse entendimento, ele já deveria ter instaurado o processo de investigação",
reagiu Mercadante.
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