São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2006

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Processos de Brant e Luizinho devem ser votados hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), confirmou para hoje a votação em plenário dos processos por quebra de decoro parlamentar dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP).
O pefelista diz contar com o apoio até do PT para ser absolvido. Luizinho aparece com menos chances de se livrar da cassação, apesar de tentar demonstrar confiança.
Os dois integram a lista de parlamentares que receberam dinheiro do publicitário Marcos Valério de Souza. O Conselho de Ética recomendou a cassação de ambos. Até agora, a Câmara cassou os mandatos dos deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP) e absolveu os deputados Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG).
Coordenador político da campanha de Brant à Prefeitura de Belo Horizonte em 2004, Nestor Francisco Fernandes aparece como responsável pelo saque de R$ 102 mil de uma conta da SMPB na agência do banco Rural em Brasília.
Em sua defesa, Brant diz que o dinheiro se tratou de uma doação da Usiminas, empresa de siderurgia de Ipatinga (MG). Ele argumenta ainda que não chegou a usar o dinheiro na campanha.
O caso de Luizinho é parecido. Servidor lotado no gabinete dele na Câmara, José Nilson dos Santos apareceu como sacador de R$ 20 mil na conta da SMPB no Rural em Brasília.
Porém, diferentemente de Brant, Luizinho contou que os recursos foram utilizados para caixa dois de campanhas de vereadores no ABC paulista, onde fica sua base eleitoral.

Ordem das votações
Ontem, os parlamentares tentavam demonstrar tranqüilidade. Luizinho preferiu não reclamar da decisão de Aldo em marcar as votações dos dois processos no mesmo dia. O caso dele será o segundo a ser apreciado pelo plenário.
"Os deputados serão julgados pelo fatos, não pela ordem de entrada do processo em plenário. Ofende todos os parlamentares dizer que quem está em segundo é prejudicado."
Para reforçar sua confiança, Brant vai fazer seu discurso de defesa sem auxílio de advogado. "Vai ser o testamento da minha carreira política", afirmou Brant, que disse pretender abandonar a carreira política mesmo que seja absolvido.
Ex-ministro da Previdência e com passagens por PSDB, PMDB e PTB, Brant deve ressaltar seu passado político. "Não cheguei aqui [na Câmara] ontem. Meus colegas conhecem minha trajetória moral", disse. "Acho que vou ter muitos votos no PT."
O deputado Sandro Mabel (PL-GO) não arrisca resultado, mas afirma que Luizinho terá mais dificuldades de ser absolvido do que Brant. "Quando ele foi líder do governo na Câmara, ele arranjou algumas arestas por ser muito combativo."


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