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Governador vai ao Supremo para deter a polícia
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
O governo de Roraima ingressou ontem com uma
ação cautelar no STF (Supremo Tribunal Federal), com
pedido de liminar, solicitando a suspensão da operação
da Polícia Federal para a retirada dos habitantes não-índios do interior da terra indígena Raposa/Serra do Sol.
O procurador-geral do Estado, Luciano Queiroz, requisita que os não-índios sejam mantidos na área enquanto não houver uma decisão acerca de ações que tramitam no Supremo contra a
homologação da terra.
O governador de Roraima,
José de Anchieta Júnior
(PSDB), disse ontem que vai
"até as últimas conseqüências" para evitar que haja um
confronto no interior da terra indígena -o que, segundo
ele, acontecerá se houver a
retirada dos não-índios.
No entendimento do tucano, o STF, caso conceda a liminar, "estaria evitando o
conflito armado, o clima de
tensão e os prejuízos que têm
sido causados a Roraima desde que homens da Força Nacional de Segurança e Polícia
Federal chegaram ao Estado
para começar a organizar a
retirada".
A determinação do governador de recorrer ao Supremo ocorre após o início, na
semana retrasada, do desembarque de policiais federais
em Boa Vista para começar a
operação de retirada da população não-índia da área de
cerca de 1,7 milhão de hectares, no nordeste do Estado, .
Upatakon 3
Na sexta-feira chegaram
ao Estado homens da Força
Nacional de Segurança que
devem auxiliar na operação.
A PF não divulga a data em
que dará início à efetiva retirada dos não-índios, batizada de Operação Upatakon 3.
O envio de homens da PF e
da Força Nacional tem por finalidade cumprir em sua totalidade o decreto assinado
pelo presidente Lula, em
2005, que homologou como
terra indígena contínua a Raposa/Serra do Sol.
Com a homologação, foi
determinada pelo governo
federal a retirada dos habitantes não-índios da terra indígena. Parte deles já deixou
a área, mas um grupo de não-índios -entre eles arrozeiros- permanece no local.
Roraima já registrou desde
a chegada dos policiais federais uma série de protestos
no Estado. No interior da
terra indígena, pontes foram
incendiadas por manifestantes. Acessos à reserva por via
fluvial ou terrestre também
foram bloqueados.
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