São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Governador vai ao Supremo para deter a polícia

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

O governo de Roraima ingressou ontem com uma ação cautelar no STF (Supremo Tribunal Federal), com pedido de liminar, solicitando a suspensão da operação da Polícia Federal para a retirada dos habitantes não-índios do interior da terra indígena Raposa/Serra do Sol.
O procurador-geral do Estado, Luciano Queiroz, requisita que os não-índios sejam mantidos na área enquanto não houver uma decisão acerca de ações que tramitam no Supremo contra a homologação da terra.
O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), disse ontem que vai "até as últimas conseqüências" para evitar que haja um confronto no interior da terra indígena -o que, segundo ele, acontecerá se houver a retirada dos não-índios.
No entendimento do tucano, o STF, caso conceda a liminar, "estaria evitando o conflito armado, o clima de tensão e os prejuízos que têm sido causados a Roraima desde que homens da Força Nacional de Segurança e Polícia Federal chegaram ao Estado para começar a organizar a retirada".
A determinação do governador de recorrer ao Supremo ocorre após o início, na semana retrasada, do desembarque de policiais federais em Boa Vista para começar a operação de retirada da população não-índia da área de cerca de 1,7 milhão de hectares, no nordeste do Estado, .

Upatakon 3
Na sexta-feira chegaram ao Estado homens da Força Nacional de Segurança que devem auxiliar na operação. A PF não divulga a data em que dará início à efetiva retirada dos não-índios, batizada de Operação Upatakon 3.
O envio de homens da PF e da Força Nacional tem por finalidade cumprir em sua totalidade o decreto assinado pelo presidente Lula, em 2005, que homologou como terra indígena contínua a Raposa/Serra do Sol.
Com a homologação, foi determinada pelo governo federal a retirada dos habitantes não-índios da terra indígena. Parte deles já deixou a área, mas um grupo de não-índios -entre eles arrozeiros- permanece no local.
Roraima já registrou desde a chegada dos policiais federais uma série de protestos no Estado. No interior da terra indígena, pontes foram incendiadas por manifestantes. Acessos à reserva por via fluvial ou terrestre também foram bloqueados.


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