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"Renúncia pode revelar espírito público", diz nota
DA REDAÇÃO
Leia a íntegra da nota divulgada ontem pelo presidente do
PFL, Jorge Bornhausen (SC).
"O senador Jorge Bornhausen, na conversa ontem mantida com o presidente
Fernando Henrique Cardoso, em que estavam presentes o senador José Jorge e
os deputados José Aníbal e Pimenta da
Veiga, relembrou que, desde o ano passado, tem afirmado que, para ganhar a
próxima eleição presidencial, deveria ser
mantida a coligação PSDB/PFL/PMDB/PPB.
E o candidato a ser escolhido teria de
demonstrar as melhores condições de vitória. A convergência entre os partidos
teria que ser atingida até o final de maio.
O presidente do PFL apresentou e comentou pesquisa interna de seu partido
que, diante da extemporânea verticalização imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indica que o melhor, na opinião da maioria da bancada federal, é não ter candidato próprio.
Além disso, os parlamentares do PFL
não desejam concretizar coligações em
torno dos atuais pré-candidatos. Salientou, todavia, que 87% dos entrevistados
admitem reexaminar a coligação com o
PSDB, se esse partido apresentar outro
candidato. O senador Jorge Bornhausen
comentou dados das recentes pesquisas
Sensus e GPP, que evidenciam o avanço
do candidato do PT, especialmente na
pesquisa expontânea, e a queda da candidatura Serra.
O presidente do PFL disse que, embora reconheça que renúncia é um ato unilateral de vontade, há tempo hábil e suficiente para a consolidação de uma nova
candidatura agregadora politicamente.
Ele disse entender que seu partido, na
condição de independente, não deve
praticar qualquer ação para agravar a
atual situação política do País. E mais:
que estará aberto para examinar o quadro sucessório sempre que o Presidente
da República assim o desejar.
Hoje, 6 de maio, antes de viajar para
Madri, onde participará da reunião da
IDC (Internacional Democrata de Centro) -que será presidida pelo presidente do governo espanhol, José Maria Aznar-, o senador Jorge Bornhausen reafirmou ter sempre alertado que o candidato não deveria sair do núcleo do governo, pois ficaria sujeito à conhecida
exaustão do poder.
Além disso, estaria limitado para defender suas posições dada a sua vinculação ao governo. E mais: caso não subisse
nas pesquisas, o candidato, para piorar
as coisas, poderia derrubar a popularidade do presidente, fator essencial à vitória.
Reconheceu que a candidatura Serra
está nas mãos de Serra, mas que, na vida
pública, a renúncia pode revelar o espírito público de seu autor.
Por fim, comentou que um bom candidato tem de estar mais para Chirac do
que para Jospin, numa referência aos
dois candidatos que disputaram a recente eleição na França.
Como se sabe, Jospin caiu no primeiro
turno. Segundo Bornhausen, para ganhar, o candidato tem de agregar politicamente e se comunicar com facilidade
diretamente com o eleitorado."
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