São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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"Renúncia pode revelar espírito público", diz nota

DA REDAÇÃO

Leia a íntegra da nota divulgada ontem pelo presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC).
 
"O senador Jorge Bornhausen, na conversa ontem mantida com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em que estavam presentes o senador José Jorge e os deputados José Aníbal e Pimenta da Veiga, relembrou que, desde o ano passado, tem afirmado que, para ganhar a próxima eleição presidencial, deveria ser mantida a coligação PSDB/PFL/PMDB/PPB.
E o candidato a ser escolhido teria de demonstrar as melhores condições de vitória. A convergência entre os partidos teria que ser atingida até o final de maio.
O presidente do PFL apresentou e comentou pesquisa interna de seu partido que, diante da extemporânea verticalização imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indica que o melhor, na opinião da maioria da bancada federal, é não ter candidato próprio.
Além disso, os parlamentares do PFL não desejam concretizar coligações em torno dos atuais pré-candidatos. Salientou, todavia, que 87% dos entrevistados admitem reexaminar a coligação com o PSDB, se esse partido apresentar outro candidato. O senador Jorge Bornhausen comentou dados das recentes pesquisas Sensus e GPP, que evidenciam o avanço do candidato do PT, especialmente na pesquisa expontânea, e a queda da candidatura Serra.
O presidente do PFL disse que, embora reconheça que renúncia é um ato unilateral de vontade, há tempo hábil e suficiente para a consolidação de uma nova candidatura agregadora politicamente. Ele disse entender que seu partido, na condição de independente, não deve praticar qualquer ação para agravar a atual situação política do País. E mais: que estará aberto para examinar o quadro sucessório sempre que o Presidente da República assim o desejar.
Hoje, 6 de maio, antes de viajar para Madri, onde participará da reunião da IDC (Internacional Democrata de Centro) -que será presidida pelo presidente do governo espanhol, José Maria Aznar-, o senador Jorge Bornhausen reafirmou ter sempre alertado que o candidato não deveria sair do núcleo do governo, pois ficaria sujeito à conhecida exaustão do poder.
Além disso, estaria limitado para defender suas posições dada a sua vinculação ao governo. E mais: caso não subisse nas pesquisas, o candidato, para piorar as coisas, poderia derrubar a popularidade do presidente, fator essencial à vitória.
Reconheceu que a candidatura Serra está nas mãos de Serra, mas que, na vida pública, a renúncia pode revelar o espírito público de seu autor.
Por fim, comentou que um bom candidato tem de estar mais para Chirac do que para Jospin, numa referência aos dois candidatos que disputaram a recente eleição na França.
Como se sabe, Jospin caiu no primeiro turno. Segundo Bornhausen, para ganhar, o candidato tem de agregar politicamente e se comunicar com facilidade diretamente com o eleitorado."



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