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REFORMAS
Senador gaúcho levará proposta alternativa à tributação dos inativos
Genoino propõe negociação a Paim
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com aval do presidente do PT,
José Genoino, o senador Paulo
Paim (PT-RS) negociará com o
governo uma alternativa à tributação dos inativos, na tentativa de
modificar a proposta de reforma
da Previdência do governo.
Paim se credenciou como porta-voz dos petistas insatisfeitos
com a reforma ao restabelecer ontem a Frente Parlamentar de Entidades em Defesa da Previdência
Social Pública, que reúne entidades representantes de servidores
públicos ativos e inativos.
A primeira reunião da Frente
em 2003 reuniu todos os chamados "radicais" do PT e foi transformada em fórum de oposição
ao governo. Ao final, por proposta de Paim, foi aprovada uma moção de apoio aos radicais e de repúdio a eventuais punições.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) chorou na reunião, ao citar as
"humilhações" e o "desrespeito"
que tem sofrido: "Não tem grito
de nenhuma autoridade do partido ou do país que mude meu
comportamento. Não estamos
paralisados diante do medo".
Na próxima segunda, a senadora e os deputados João Batista de
Araújo (PT-PA), o Babá, Lindberg Farias (PT-RJ) e Luciana
Genro (PT-RS) se reunirão com a
Executiva do PT, em São Paulo.
Após ouvi-los, a Executiva encaminhará o caso para avaliação do
Conselho de Ética do partido, que
decidirá se haverá punição. Ontem, Lindberg e Luciana Genro
voltaram a criticar o governo.
"Vamos analisar os atos políticos dos parlamentares que comprometem a unidade de ação do
partido e não as opiniões deles",
disse Genoino, após o encontro
com Paim. Genoino disse que o
PT não vai aceitar que parlamentar do partido faça oposição ao PT
e ao governo: "Não há como separar governo do Lula do PT, nem o
PT do governo Lula. Portanto, o
PT tem que demonstrar unidade
e coerência para ter credibilidade
para atrair os aliados e negociar
com os oposicionistas", afirmou.
Mas fez questão de diferenciar o
comportamento de Paim, que é
contra a tributação dos inativos,
dos chamados "radicais", Genoino foi ao seu gabinete e afirmou
ao senador gaúcho que o ministro
Ricardo Berzoini (Previdência)
irá recebê-lo e que a tributação
dos inativos é negociável. Paim
afirmou que levará a Berzoini, na
próxima semana, uma opção para a arrecadação do governo sem
a tributação dos aposentados.
Ontem, o presidente da CUT,
João Felício, disse que a central
sindical "não será enquadrada pelo governo, como, segundo a mídia, foram enquadrados senadores e deputados. Ninguém enquadra a CUT". Ele afirmou que não
irá ceder em dois pontos: tributação de inativos e aumento linear
da idade mínima de contribuição.
"Não aceitaremos a taxação dos
aposentados e também que um
trabalhador pobre, que iniciou
sua atividade aos 17 anos, seja
prejudicado com um aumento linear do tempo de contribuição".
Colaborou a Reportagem Local
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