UOL

São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REFORMAS

Senador gaúcho levará proposta alternativa à tributação dos inativos

Genoino propõe negociação a Paim

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com aval do presidente do PT, José Genoino, o senador Paulo Paim (PT-RS) negociará com o governo uma alternativa à tributação dos inativos, na tentativa de modificar a proposta de reforma da Previdência do governo.
Paim se credenciou como porta-voz dos petistas insatisfeitos com a reforma ao restabelecer ontem a Frente Parlamentar de Entidades em Defesa da Previdência Social Pública, que reúne entidades representantes de servidores públicos ativos e inativos.
A primeira reunião da Frente em 2003 reuniu todos os chamados "radicais" do PT e foi transformada em fórum de oposição ao governo. Ao final, por proposta de Paim, foi aprovada uma moção de apoio aos radicais e de repúdio a eventuais punições.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) chorou na reunião, ao citar as "humilhações" e o "desrespeito" que tem sofrido: "Não tem grito de nenhuma autoridade do partido ou do país que mude meu comportamento. Não estamos paralisados diante do medo".
Na próxima segunda, a senadora e os deputados João Batista de Araújo (PT-PA), o Babá, Lindberg Farias (PT-RJ) e Luciana Genro (PT-RS) se reunirão com a Executiva do PT, em São Paulo. Após ouvi-los, a Executiva encaminhará o caso para avaliação do Conselho de Ética do partido, que decidirá se haverá punição. Ontem, Lindberg e Luciana Genro voltaram a criticar o governo.
"Vamos analisar os atos políticos dos parlamentares que comprometem a unidade de ação do partido e não as opiniões deles", disse Genoino, após o encontro com Paim. Genoino disse que o PT não vai aceitar que parlamentar do partido faça oposição ao PT e ao governo: "Não há como separar governo do Lula do PT, nem o PT do governo Lula. Portanto, o PT tem que demonstrar unidade e coerência para ter credibilidade para atrair os aliados e negociar com os oposicionistas", afirmou.
Mas fez questão de diferenciar o comportamento de Paim, que é contra a tributação dos inativos, dos chamados "radicais", Genoino foi ao seu gabinete e afirmou ao senador gaúcho que o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) irá recebê-lo e que a tributação dos inativos é negociável. Paim afirmou que levará a Berzoini, na próxima semana, uma opção para a arrecadação do governo sem a tributação dos aposentados.
Ontem, o presidente da CUT, João Felício, disse que a central sindical "não será enquadrada pelo governo, como, segundo a mídia, foram enquadrados senadores e deputados. Ninguém enquadra a CUT". Ele afirmou que não irá ceder em dois pontos: tributação de inativos e aumento linear da idade mínima de contribuição. "Não aceitaremos a taxação dos aposentados e também que um trabalhador pobre, que iniciou sua atividade aos 17 anos, seja prejudicado com um aumento linear do tempo de contribuição".


Colaborou a Reportagem Local


Texto Anterior: Janio de Freitas: Sem mágica
Próximo Texto: Lindberg será afastado de liderança do PT
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.