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Limite de aparição na
TV beneficia tucano
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, tinha tudo
preparado para aparecer e falar
nos comerciais de televisão do
PMDB, no ar desde anteontem.
Teve de desistir, diante da decisão
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) segundo a qual somente filiados podem participar de horário
de rádio e TV partidário.
Na realidade, Serra nem sequer
perdeu o material de rádio e TV já
produzidos. Pode reutilizá-los
quando começar a propaganda
eleitoral gratuita, em meados de
agosto, após o registro da chapa
PSDB-PMDB. A decisão do TSE
foi uma vitória para os tucanos.
Ela simplesmente impede que
Ciro Gomes (PPS), um de seus
principais adversários, utilize 80
minutos que os partidos aliados a
ele (PTB e PDT) dispõem na TV
até o final do mês. O PSDB não terá mais horário partidário.
Os filmes com a participação de
Serra e da candidata a vice, Rita
Camata (PMDB-ES), já estavam
prontos. Mas o tucano decidiu
não correr o risco calculado a que
Ciro se submeteu ao aparecer no
programa do PDT, nesta semana.
A resposta dada pelo TSE a uma
consulta anteriormente feita pelo
PSDB já delineava os contornos
da posição que os ministros adotaram na sessão de anteontem.
Ainda assim, há duas semanas,
o presidente nacional do PMDB,
Michel Temer, resolveu repetir a
consulta ao TSE. Desta vez, de forma bem mais detalhada.
Nada havia a perder: se o TSE
abrisse uma brecha, Serra ocuparia o tempo de TV peemedebista;
caso contrário, teria munição jurídica para usar mais tarde, se julgar politicamente conveniente.
Por enquanto, segundo o presidente do PSDB, José Aníbal, não é
intenção da legenda pedir a impugnação de Ciro por sua participação disfarçada no horário do
PDT ou de Anthony Garotinho
(PSB), que recorreu ao mesmo
expediente em horários de outros
partidos na TV, no início do ano.
O tribunal abriu uma única exceção para a aparição de um candidato no programa de outra sigla:
se ele aparecer em filme de evento
da legenda detentora do horário.
Não foi o caso de Ciro, que gravou
em estúdio sua participação no
programa do PDT.
O simples fato de deixar Ciro
sem os 80 minutos de TV de que
ainda dispõem o PTB e o PDT já é
considerado uma vitória para os
tucanos. A polarização da campanha entre Serra e Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) já estaria ocorrendo
naturalmente, segundo crê o
PSDB. Mas tucanos e peemedebistas ainda vão analisar o que pode significar eleitoralmente a saída de um ou de outro do páreo.
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