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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Marqueteiro de Lula defende investimento de governos em comunicação; PC do B anuncia apoio a petista
Para Duda, "atitude" importa mais que obra
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O publicitário responsável pela
campanha presidencial de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), Duda
Mendonça, disse ontem que as
"atitudes" de um governante importam mais que as obras que
realizou e defendeu o investimento em comunicação por parte de
administradores públicos.
"A admiração da população você não consegue com obras, consegue com atitudes. Tem prefeito
que não tem dinheiro para fazer
obras, mas consegue altos índices
de aprovação, porque tem atitudes firmes", disse ele em debate
na Urbis 2002, congresso sobre
gestão pública promovido pela
Prefeitura de São Paulo.
A declaração de Duda vai no
sentido contrário de algumas de
suas mais célebres peças políticas.
Antes de virar o marqueteiro petista, ele fez campanhas para Paulo Maluf (PPB) e seu então pupilo,
Celso Pitta (PSL).
Um dos filmes que marcaram a
campanha de Maluf para o governo do Estado em 1998 mostrava
uma sequência de obras com o
bordão "Maluf que fez". Na campanha de Pitta para prefeito de
São Paulo em 1996, celebrizaram-se as peças sobre o Fura-Fila, modalidade de transporte coletivo
que nunca saiu do papel.
"Às pessoas, importa mais um
ato de solidariedade do governante, como visitar uma favela que
pegou fogo", disse. "Ninguém
quer saber se um viaduto custou
US$ 50 milhões ou US$ 100 milhões", afirmou.
Para Duda, investir em propaganda é "certo e democrático".
"Quando você tem um projeto
grande e o jogo é pesado, você
tem de usar os instrumentos e as
regras disponíveis no mercado."
Segundo o publicitário, é preciso informar à população a respeito das realizações do governo.
"Você tem que anunciar que fez,
que resolveu", declarou.
Duda, além de coordenar a propaganda da campanha de Lula,
está envolvido também na comunicação de algumas das vitrines
do PT, caso da Prefeitura de São
Paulo e do governo do Rio.
Em sua fala, o marqueteiro declarou ficar contrariado quando
dizem que ele está "mudando Lula". A mais recente propaganda
petista na TV, de fundo fortemente emocional, procurou mostrar o
pré-candidato mais "humano",
de modo a ajudar na redução de
seus índices de rejeição.
"Fico bravo quando diz que estou mudando o Lula. O Lula na
TV nunca foi tão Lula", disse.
Apoio
O PC do B anuncia na semana
que vem seu apoio formal à pré-candidatura de Lula. Será provavelmente um dos únicos apoios
oficiais de partidos que o petista
receberá.
Na terça-feira, o PL promete finalmente dizer se haverá ou não
coligação com os petistas, indicando o senador José Alencar
(MG) para vice. Diferenças regionais entre, no entanto, tornam a
possibilidade remota -apoio informal é o mais provável.
Já a hipótese de ter o apoio oficial do PMDB é vista como irreal
dentro do próprio PT, enquanto
aliados naturais à esquerda, como
PPS, PDT e PSB devem manter
apoio a outros nomes. O PT, depois de assegurar a coligação com
os comunistas, busca apoio de nanicos, como PCB, PMN e PV.
Os comunistas têm dez deputados federais, e contribuiriam com
tempo de TV. Também poderão
entrar na disputa para indicar o
vice de Lula. A legenda ofereceria
os deputados Aldo Rebelo (SP) e
Jandira Feghali (RJ), mas diz que
o apoio independe da aceitação.
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