São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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Ala do PTB abdica de mulher como vice

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois da ameaça da Força Sindical de retirar seu apoio a Ciro Gomes (PPS) caso seu presidente, Paulo Pereira da Silva, não seja indicado à chapa, setores do PTB desistiram ontem da candidatura da ex-vereadora Sônia Santos (PTB) à Vice-Presidência.
A informação foi transmitida ontem ao líder sindical por um integrante da cúpula petebista.
De pouca expressão política, a ex-vereadora era, ao lado de Paulinho, uma das cotadas para disputar o Planalto na chapa encabeçada por Ciro. Até a noite de quarta-feira, aparecia como a mais forte candidata à vaga, depois de suceder Paulinho na preferência de seu partido para a eleição.
Diante do recuo de líderes do PTB, o nome do sindicalista voltou a ser mencionado como o mais cotado para a vaga.
A opção pela ex-vereadora cresceu na quarta-feira, quando a escolha do presidente da Força era dada como praticamente certa.
Um pedido do presidente do PDT, Leonel Brizola, para que o anúncio fosse adiado, e uma pesquisa que teria apontado Sônia como eleitoralmente mais viável do que Paulinho foram os pretextos utilizados pelo PTB para preterir o sindicalista.
Segundo a Folha apurou, a mudança ocorreu depois que Paulinho, desrespeitando o ritual a ele recomendado por Ciro, procurou Brizola na condição de virtual colega de chapa do ex-ministro antes mesmo de se apresentar ao presidente de seu próprio partido, José Carlos Martinez.

Anúncio oficial
Também teria pesado na troca o fato de os líderes petebistas preferirem indicar para a chapa um candidato sobre o qual pudessem exercer maior influência.
A Força reagiu ameaçando já impedir a ida de seus 200 ônibus à convenção dos três partidos na segunda-feira, em Pindamonhangaba, em São Paulo.
Com a crise, Ciro perderia o potencial apoio de 1.600 sindicatos que reúnem cerca de 14 milhões de trabalhadores em todo o Brasil. A central sindical dispõe também de um orçamento médio anual de R$ 2,4 milhões.
Embora a escolha de Paulinho fosse dada como provável ontem à noite, a definição sobre o caso dependia ainda de um encontro entre Martinez e Brizola, no Rio de Janeiro. A reunião não havia sido encerrada até o fechamento desta edição.
Segundo interlocutores de Paulinho, o sindicalista também recebeu na noite de anteontem um telefonema de Brizola, declarando novamente seu apoio a ele.
O sindicalista tem também a simpatia do presidente do PPS, senador Roberto Freire.
O anúncio oficial da chapa completa está marcado para hoje.


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