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Adauto nega vínculo com os pagamentos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-ministro dos Transportes
Anderson Adauto (PL), hoje prefeito de Uberaba (MG), nega ser o
ministro da história contada por
Roberto Jefferson (PTB-RJ) no final de 2003 sobre um suposto caso de corrupção no Executivo.
Segundo Adauto, enquanto foi
ministro de Lula (até março de
2004), nunca teve reuniões com
integrantes de partidos para distribuir dinheiro em sua pasta. "Eu
nego veementemente esse tipo de
informação", declarou Adauto.
A "informação" sobre Adauto
surgiu ontem nos bastidores da
Câmara, fruto de uma lembrança
do deputado Miro Teixeira (PT-RJ) ao relatar uma conversa que
tivera com Roberto Jefferson no
final de 2003, quando Miro ainda
era ministro das Comunicações.
À época, segundo Miro relatou,
Jefferson "descreveu uma cena de
corrupção em um ambiente ministerial a que ele assistiu". Sem
dizer os nomes que ouviu de Jefferson, Miro diz que nessa "cena"
teriam estado um "ministro, representantes de três partidos e um
diretor de departamento".
Ontem, no Congresso, segundo
a Folha apurou, o nome do ministro que Jefferson teria citado a Miro seria o de Adauto. Nessa reunião, estariam também um representante da direção nacional do
PT e um do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Dinheiro teria sido retirado de uma maleta e colocado à
mesa, segundo relato de Jefferson,
para distribuir entre governistas.
No relato de Jefferson, o PTB teria se recusado a receber o numerário. Adauto diz desconhecer tal
fato: "É meio surrealista". Segundo ele, o que ocorreu em sua gestão foi o oposto. Demitiu uma
pessoa por suspeitar de suas
ações: "Fui muito criticado pelo
meu partido, o PL. E o PTB também reclamou quando demiti
uma pessoa do Dnit", declarou.
Adauto afirma que os assuntos
que tratava institucionalmente
com o PTB eram por meio do então presidente da sigla, José Carlos Martinez: "Não me recordo de
reuniões com Roberto Jefferson".
Miro Teixeira não quis comentar as declarações de Adauto. "Eu
não quero dizer os nomes citados
por Jefferson. Quem tem de falar
agora é Roberto Jefferson", disse.
(FERNANDO RODRIGUES)
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