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ELEIÇÕES 2006 / REGRAS DO JOGO
Engessamento já ameaça aliança entre PFL e PSDB
Tucanos e pefelistas adiam convenções e dizem que medida "zerou" união nos Estados
Alckmin afirma que haverá "estresse" nos próximos dias; no PFL, posições vão do rompimento com PSDB e coligação formal com PMDB
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) colocou sob
ameaça a aliança presidencial
entre PSDB e o PFL. Sob pressão dos que defendem o rompimento da coligação para que o
partido se componha com o
PMDB nos Estados, a cúpula do
PFL adiou em uma semana-
de 14 para 21 de junho- a data
da convenção que confirmaria
o senador José Jorge (PE) como vice de Geraldo Alckmin.
Hoje, na reunião da Executiva, o presidente do PFL, Jorge
Bornhausen (SC), fará um balanço dos palanques nos Estados para avaliar a conveniência
da manutenção da aliança. Segundo o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia, a "disposição é trabalhar pela aliança".
Mas já há quem defenda um
convite ao ex-governador Jarbas Vasconcelos (PE). Querem
que ele seja candidato à Presidência, dando ao PMDB a cadeira que hoje é de Alckmin.
Outros pregam a ruptura com
os tucanos. "Acho que o PFL
deveria sair solteiro", disse a
deputada Kátia Abreu (TO).
Após uma série de reuniões,
os presidentes do PSDB e do
PFL, senadores Tasso Jereissati (CE) e Bornhausen, anunciaram que vão esperar as respostas de novas consultas feitas ao
TSE para anunciar se a aliança
segue ou não em pé.
"Não adianta a gente decidir
nada agora sem a interpretação
correta. A verdade é que fizeram um terremoto que eu acho
realmente preocupante", afirmou Tasso. Questionado sobre
o risco de romper a aliança, disse: "São regras completamente
diferentes e tudo pode acontecer, mas mantemos a intenção
de continuarmos juntos".
Antes do encontro com Bornhausen, Tasso afirmou que as
novas regras "zeram tudo" no
mapa dos Estados e que o PSDB
não anunciará o nome do vice
na convenção nacional do partido, agendada para o próximo
domingo. A convenção encarregará a Executiva do PSDB de
deliberar sobre a composição
da chapa. "Que deixou em completo desarranjo e zerou as
alianças, isso é fato", disse.
Surpreendida, a cúpula do
PFL levou quatro questionamentos ao presidente do tribunal, Marco Aurélio Mello, sobre
cenários estaduais. Ouviu quatro negativas e, em seguida, decidiu adiar em uma semana sua
convenção nacional, que passará do dia 14 para o dia 21.
"Vamos levar as respostas às
bases nos Estados e vamos começar a recolocar as peças em
um novo quebra-cabeças.
Qualquer que seja a decisão,
mudam-se as regras dos quadros nos Estados e as alianças
estão praticamente zeradas",
disse o líder do PFL no Senado,
José Agripino (RN).
Nos bastidores, deputados
pefelistas e lideranças como a
senadora Rosena Sarney (PFL-MA), que têm problemas regionais para se aliarem aos tucanos, pressionavam para que o
partido abandonasse Alckmin.
Alckmin
Em Brasília, Alckmin começou o dia confuso, telefonou seguidas vezes para assessores jurídicos e ex-ministros do tribunal, mas dizia acreditar que as
alterações "acabariam ajudando a atrair o PPS" para a coligação. À tarde, depois de cinco
horas de reuniões, mudou o
discurso e admitiu a preocupação: "Acho que vai ter um estresse nos próximos dias".
"Não está muito clara a extensão da decisão, vamos
aguardar a publicação do acórdão para poder analisar até que
ponto há restrições às alianças
estaduais", disse Alckmin.
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