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Por apoio a Dilma, PT cogita sacrificar petistas nos Estados
Em São Paulo, partido renunciaria à candidatura ao governo em favor do nome de Ciro
Acordos em Minas Gerais, Rio, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia também são tidos como fundamentais para viabilizar a ministra
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a consolidar ampla
coligação em apoio à ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil), o
comando do PT fixou como estratégica a costura de alianças
nos seis principais Estados do
país, ainda que à custa do sacrifício dos próprios petistas.
Para viabilizar a campanha
de Dilma à Presidência, o PT
nem sequer descarta a hipótese
de renunciar à candidatura em
São Paulo -berço da sigla- em
favor do lançamento do nome
de Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo do Estado.
Para Minas, prega o apoio ao
peemedebista Hélio Costa, em
detrimento de dois petistas: o
ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o ex-prefeito Fernando Pimentel.
Hoje ministro das Comunicações, Hélio Costa, poderia ser
convidado para a vice de Dilma,
caso o atual governador Aécio
Neves (PSDB) ocupe a vice de
José Serra (PSDB) na corrida
presidencial. Do contrário, a intenção da cúpula petista é lançar Hélio Costa para o governo,
numa composição em que o PT
concorreria ao Senado.
"Em São Paulo, o PT pode
abrir mão do candidato se isso
criar uma situação de expansão
da aliança. Se o Ciro quiser ser
candidato ao governo, se o [presidente do PMDB, Orestes]
Quércia quiser, o PT pode discutir. Em Minas, seria bem
mais fácil", admitiu o líder do
PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, em consonância com Antonio Palocci e José Genoino.
"Temos que trabalhar com
partidos potencialmente aliados para avaliar qual será o cenário necessário para viabilizar
uma coligação grande de apoio
a Dilma", justificou o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, para quem seria "contraditório" o rompimento do PT
com o PMDB do Rio de Janeiro.
Além de São Paulo, Minas e
Rio, o PT elegeu como fundamentais acordos no Paraná, no
Rio Grande do Sul e na Bahia.
No Paraná, o cenário apontado como ideal é de lançamento
do senador Osmar Dias (PDT)
ao governo, oferecendo ao governador Roberto Requião
(PMDB) vaga para o Senado.
Na Bahia, o PT investe na
reaproximação do governador
Jacques Wagner (PT) com o
ministro Geddel Vieira Lima
(Integração Nacional).
Para o Rio Grande do Sul,
idealiza dois palanques para
Dilma, do PMDB e do PT, mesmo que o preço seja o isolamento dos petistas no Estado.
Na sexta-feira, ao discursar
no encontro da corrente CNB
(Construindo o Novo Brasil), a
maior do partido, o ex-ministro
José Dirceu usou, segundo participantes, a expressão "enfiar a
faca" para eliminação de resistência à construção de ampla
aliança em torno de Dilma.
Escolhido candidato da corrente à presidência do PT, o
presidente da BR, José Eduardo Dutra, foi mais brando: "O
foco é a eleição de Dilma".
O assédio a Ciro foi enfaticamente defendido durante a
reunião. Nascido em Pindamonhangaba (SP) e com domicílio
eleitoral no Ceará, Ciro teria de
transferir o título para São Paulo. Seu nome é hoje cotado para
a Presidência, mas não conta
com apoio integral do PSB.
Para atrair o PSB, Berzoini
defende a reedição de alianças
em Pernambuco, no Ceará e no
Rio Grande do Norte.
Sob o argumento de que é necessário reserva de energia para campanha de Dilma, a CNB
prega a união em benefício de
Dutra, seu candidato. Integrante do PT de Luta e de Massas,
Vaccarezza propõe a composição também para presidente do
partido. Mas a avaliação é que a
disputa será inevitável
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