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A FAVOR
Secretário da reforma afirma que aprovação é "uma vitória enorme"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário da reforma do Judiciário do Ministério da Justiça,
Sérgio Renault, considerou que
foi "uma vitória enorme" a aprovação do texto principal da PEC
(proposta de emenda constitucional) que reforma o Poder, ontem,
em primeiro turno, no plenário
do Senado.
(SF)
Folha - O que significa a votação
de hoje?
Sérgio Renault - É uma vitória
enorme. Os pontos básicos [da reforma do Judiciário] estão ali definidos. Poderá haver negociações
em relação a uma ou outra questão, mas não deverá ocorrer nenhuma mudança substancial.
Folha - O sr. acha que as normas
sobre o Conselho Nacional de Justiça, o órgão de controle externo,
irão sofrer mudanças em agosto,
quando serão votados os destaques [pontos sobre os quais há divergência]?
Renault - A criação do conselho
é certa. O texto não permite que
ele decrete a perda do cargo [do
juiz que venha ser considerado
corrupto]. Isso poderá voltar à
discussão.
Folha - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o sr. são contra
o mecanismo da súmula vinculante.
Os srs. irão insistir em mudar esse
ponto da reforma?
Renault - Existe uma tendência
forte de aprovação, mas há possibilidade de ser alterada a redação
desse artigo para exigir que a súmula só vigore quando for aprovada uma lei que a regulamente.
Folha - Quando a primeira parte
da emenda será promulgada [que
não depende de nova votação na
Câmara]?
Renault - Espero que seja em
agosto ou setembro.
Folha - Haverá 180 dias de prazo
para instalar o conselho. O sr. concorda com o presidente do STF, Nelson Jobim, sobre a impossibilidade
de sua criação neste ano e sobre o
risco de ele ser contestado judicialmente por meio de uma ação direta
de inconstitucionalidade?
Renault - Também acho que ele
deve ficar para o início de 2005. Se
houver ação [no STF], espero que
ela seja resolvida logo.
Folha - Em poucas palavras, qual
é a importância dessa reforma?
Renault - Ela oxigena o Poder
Judiciário, ao criar, por exemplo,
o Conselho Nacional de Justiça,
que atuará no controle e no planejamento [dos seus atos]. Também
tem medidas que visam assegurar
a celeridade do processo, a racionalidade e a democratização da
estrutura da Justiça e a transparência das decisões.
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