São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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CONTRA E A FAVOR

Contador questiona ausência em debate

Tucano é cobrado e aplaudido no centro

DA REPORTAGEM LOCAL

No seu primeiro ato oficial de campanha na rua, o candidato do PSDB à prefeito de São Paulo, José Serra, foi cobrado por um eleitor por não ter ido ao debate da TV Globo na semana passada, causando constrangimento entre militantes e candidatos a vereador do PSDB.
"O senhor não foi ao debate. Estava com medo?", questionou com dedo em riste o contador Francisco Pereira da Silva, 50. Serra respondeu que iria ao próximo debate -o da TV Bandeirantes, marcado para o dia 1º de agosto- e saiu caminhando.
O contador continuou repetindo a frase, mas foi interrompido pelo vereador Gilberto Natalini (PDSB), candidato à reeleição: "Fica quieto, fica quieto". Natalini tentou explicar por que Serra não foi à Globo, mas não convenceu o eleitor.
Assim como Serra, Paulo Maluf (PP) e Marta Suplicy (PT) também não compareceram ao debate. "Estou decepcionado com os três. Não sei em quem vou votar", disse o contador, que votou em Marta em 2000.
O candidato tucano, que é palmeirense, também foi abordado por Cláudio Ribeiro, o Cotonete, torcedor-símbolo do Corinthians. Cotonete, conhecido assim por causa do cabelo, desejou boa sorte a Serra.
Serra começou sua caminhada pelo centro de São Paulo na esquina das avenidas Ipiranga e São João -mesmo escolhido por Marta anteontem. "Coincidência", segundo o tucano. "Marcamos há dez dias." Assim como Marta, Serra entrou no Bar Brahma. Pediu água. No dia anterior, a prefeita havia almoçado no bar. O dono do local é candidato a vereador pelo PT.
Na caminhada, Serra beijou e abraçou eleitores, deu autógrafos e ainda apertou a mão de um porteiro de uma boate erótica cuja entrada custa R$ 5. Por duas vezes, entrou em uma casa de crédito pessoal, que cobra 6,9% de juros por empréstimo. Foi quando recebeu mais aplausos. Os militantes no ato não chegaram a 40 pessoas, segundo a PM. Para os organizadores, havia 200. A Folha apurou que cabos eleitorais foram contratados por R$ 70. O PSDB negou. (MFM)


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