DA REDAÇÃO

O ministro Luiz Gushiken, 55, da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica (Secom), é o principal interlocutor dos fundos de pensão no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Antigo amigo do presidente, Gushiken é um dos ministros mais próximos de Lula, com direito a gabinete no Planalto.
Ele já presidiu o Sindicato dos Bancários de SP (década de 80), o PT (1988 a 1990) e foi deputado federal pelo partido por três mandatos (1987 a 1998). Coordenou as duas últimas campanhas eleitorais de Lula.
No governo, Gushiken indicou um ex-assessor seu para a Secretaria de Previdência Complementar.
Também indicou petistas para presidir os fundos Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobras).
Antes de chegar ao Planalto, era sócio da Gushiken & Associados, que presta assessoria na área de previdência e faturou R$ 645 mil (segundo a empresa) ou R$ R$ 151 mil (segundo a Prefeitura de São Paulo) em 2002. Em dezembro daquele ano, após a eleição de Lula, Gushiken e sua mulher deixaram a sociedade, que passou a se chamar Globalprev Consultores Associados. No ano seguinte, o faturamento da companhia subiu para R$ 1,051 milhão, bem superior ao obtido em 2002. São clientes da Globalprev os fundos Postalis (Correios), Portus (sistema portuário), Cifrão (Casa da Moeda) e Capaf (Banco da Amazônia).
A Secom gerencia recursos de publicidade oficial. Nessa área, Gushiken foi envolvido em um episódio delicado: as revistas "Investidor Institucional" e "Investidor Individual", de Luís Leonel, seu cunhado, quase dobraram as receitas de publicidade vindas de anúncios de estatais na gestão Lula. Os anúncios representavam 26% da publicidade até 2002 e passaram a 47,36% em 2003.
A Secom tem sido associada indiretamente ao empresário mineiro Marcos Valério Fernandes, acusado de ser operador do suposto "mensalão".
Em depoimento à PF, no último dia 30, Valério confirmou conhecer Marcus Flora, secretário-adjunto da Secom. Trata-se do segundo homem na hierarquia da pasta.
Em junho, veio à tona a informação de que Telma dos Reis Menezes Silva, mulher do diretor de Eventos da Secom, defende em Brasília interesses de Valério em contratos com órgãos públicos e empresas privadas. Ela trabalha na Multi Action, empresa especializada em realização de eventos.


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