São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

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Pizzolato será próximo a deixar BB

LEONARDO SOUZA
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Marketing do Banco do Brasil, o petista Henrique Pizzolato, será o próximo a deixar a instituição, depois das baixas de dois vice-presidentes anteontem. O nome de Pizzolato está desgastado desde o ano passado, quando esteve envolvido diretamente em dois escândalos ligados ao PT.
Apadrinhado do ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), o diretor de Marketing do BB tem dito a amigos que está de "mal com o mundo" e que sua saída do banco é questão de dias. Muitos petistas de alto escalão torcem e trabalham por sua demissão, inclusive ocupantes de cargos na Esplanada dos Ministérios.
O fiador de Pizzolato nos últimos meses tem sido o ministro Gushiken, que anteontem colocou o cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos patrocínios concedidos pelo BB no primeiro semestre do ano passado beneficiou o governo de Zeca do PT (MS), organizador do Festival América do Sul. O evento, realizado em Corumbá, consumiu cerca de R$ 2,5 milhões da estatal.
O investimento no festival representou 35 vezes mais do que o valor desembolsado pelo banco na polêmica compra de ingressos do show da dupla Zezé Di Camargo & Luciano em julho, numa churrascaria em Brasília, cuja arrecadação iria para o PT. O BB pagou R$ 73,5 mil em ingressos, mas teve o dinheiro devolvido.
A negociação do patrocínio do festival em Mato Grosso do Sul foi feita pessoalmente entre o governador do Estado e Pizzolato. A decisão da compra dos ingressos do show da dupla sertaneja também foi atribuída a ele.
Anteontem, o BB exonerou os vice-presidentes Edson Monteiro (Varejo) e Luis Eduardo Franco de Abreu (Finanças). A assessoria do BB negou ontem que as exonerações tivessem relação com os empréstimos que o banco concedeu ao PT. A instituição emprestou ao partido do presidente Lula R$ 20 milhões, entre 2003 e 2004.


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