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Dono da Longo Alcance nega cobrança por fora
SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O empresário Gabriel Rico,
acionista majoritário da Longo
Alcance Assessoria em Mídia e
Comunicação Limitada, disse ontem que deverá procurar o relator
da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), para falar sobre as atividades da empresa relacionadas à transmissão de publicidade oficial e privada em rádios.
A CPI investiga a existência de
um esquema fraudulento de captação de propaganda do governo
federal em emissoras de todo o
país. Especializada no setor de rádios, a Longo Alcance é suspeita
de só repassar propaganda oficial
a emissoras dispostas a pagar, por
fora, 10% do valor do contrato.
"Isso é um absurdo. Minha vida
está aberta. Vou procurar o relator", disse Rico, que foi executivo
de grupos importantes da área de
comunicações, como a Editora
Abril e a agência de publicidade
Fischer América.
No depoimento, anteontem, do
publicitário Marcos Valério à CPI,
Serraglio perguntou a ele se conhecia a Longo Alcance. Valério
afirmou que conhecia. Ontem, Rico disse que conhece Valério, mas
que nunca fez trabalhos para ele.
"Simplesmente não aconteceu.
Não teria nada de errado. Na verdade, a gente era concorrente."
Rico negou que os 10% a mais
sobre o valor dos contratos assinados com as emissoras sejam
destinados a políticos petistas e ao
PT, como suspeitam membros da
CPI, como Serraglio e a senadora
Heloísa Helena (PSOL-AL).
A cobrança do percentual a
mais é conhecida por bonificação
de volume (BV), paga por órgãos
de comunicação a agências que
captam muitos anunciantes.
"Isso é um incentivo. Se [o órgão] não pagar a BV, eu faço assim mesmo. Nunca tive a postura
de dizer que não se tiver BV não
tem anúncio", afirmou ele, acrescentando que uma metade do valor da BV vai para as agências e a
outra fica com a Longo Alcance.
"Eu não sou um picareta nem
um captador de recursos. Sempre
fui um executivo de grandes empresas, com atuação em marketing, em vendas", disse Rico, que
desde fevereiro passado vem se
dedicando à Longo Alcance.
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