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FUNCIONALISMO
Deputados aprovam urgência para votar reajuste de salários de servidores
Câmara votará reajuste de 21% a servidor
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem a tramitação em regime de urgência de projeto que dá
reajuste médio de 21% aos cerca
de 20 mil servidores da ativa, aposentados e pensionistas da Casa.
O projeto, que deve ir a voto na
terça, resultará, se implantado totalmente, num gasto extra anual
de R$ 378 milhões à folha de pessoal, hoje de R$ 1,8 bilhão.
O reajuste tem o objetivo declarado de equiparar os salários da
Câmara aos que seriam pagos no
Senado. O projeto tem de ser
aprovado também pelo Senado e
sancionado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Caso passe
com êxito por todos os trâmites, a
previsão é de que a reformulação
entre em vigor até 2007.
A medida amplia também o limite de assessores que cada deputado pode contratar para seus gabinetes -de 20 para 25. A verba
para este fim, porém, continua a
mesma: R$ 44.187 ao mês.
"Vínhamos trabalhando havia
meses e chegamos à conclusão de
que o momento oportuno era
agora. Os funcionários estavam
ansiosos", disse o presidente da
Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), patrocinador da medida.
Ele fez sua campanha à presidência da Casa baseado na promessa de elevar os salários dos deputados. Eleito, tentou elevar de
R$ 12.847 para R$ 21.500 o subsídio dos deputados, mas o desgaste político da medida acabou frustrando suas pretensões. Como o
STF suspendeu o reajuste de 15%
dado ao funcionalismo da Câmara e o governo vetou projeto que
tinha o mesmo objetivo, Severino
se empenhou em elaborar um
plano de carreira para a Câmara.
Custo de R$ 1,7 bilhão
Além do reajuste para os funcionários, os deputados federais
aprovaram entre a tarde de anteontem e a manhã de ontem
mais 11 projetos que, somados ao
de Severino, têm custo anual aos
cofres públicos estimado em R$
1,7 bilhão. Todos também têm de
ser analisados ainda pelo Senado.
O R$ 1,7 bilhão daria, com sobra, para custear as compras de
medicamentos anti-Aids previstas para este ano (R$ 945 milhões), que devem atender a 170
mil pacientes, e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
(R$ 540 milhões), que atende a 1
milhão de crianças.
As votações foram feitas de maneira simbólica, já que havia
apoio de todas as lideranças dos
partidos. Foram aprovados reajustes para o STF e o Ministério
Público, a criação de cinco universidades federais, a criação de
cargos na Justiça Eleitoral e a concessão de melhorias salariais para
outras categorias.
"Essa é a contribuição que estão
dando para o déficit zero", ironizou Alberto Goldman (SP), líder
da bancada do PSDB, se referindo
à proposta em discussão no governo de cortar gastos para pagar
a totalidade dos juros da dívida. O
projeto com o maior custo estimado é o que estabelecerá que os
ministros do STF receberão R$
21.500 de subsídio neste ano e R$
24.500 a partir de janeiro.
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