São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / TRANSPORTE

No trânsito, candidatos criticam obras alheias

No caminho de suas casas até o centro, a convite da Folha, quatro concorrentes fazem elogios a suas ações no transporte

Alckmin enaltece obras da linha 4 do metrô, enquanto Kassab elogia trânsito sem caminhões em marginal; Marta não quis participar

ANA FLOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O trânsito é o serviço público de São Paulo mais mal avaliado pelos eleitores entrevistados pelo Datafolha na semana passada -77% dos moradores da cidade acreditam que ele é ruim ou péssimo. Mesmo assim, os quatro candidatos à Prefeitura de São Paulo que aceitaram o desafio proposto pela Folha de fazer o trajeto de suas casas até o centro não perderam a chance de falar sobre ações suas em prol do trânsito da cidade. Elogios e críticas às obras dos concorrentes também foram tema da conversa.
A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) não aceitou participar da reportagem. Algumas de suas obras foram criticadas por opositores. "Deve ser o único túnel do mundo que termina num farol", disse Paulo Maluf (PP), sobre a passagem sob a avenida Rebouças, obra da petista.
Geraldo Alckmin (PSDB) fez questão de passar ao lado das obras da linha 4 do metrô, iniciadas na sua gestão como governador do Estado (2001-2006), e desceu do carro para mostrar o rebaixamento da calha do rio Tietê. Ele disse que o corredor exclusivo de ônibus (obra da gestão de Marta) foi uma boa idéia, mas que precisa ser aprimorada. "Como a maioria dos corredores não tem ultrapassagem, eles viraram comboio", afirmou. Também elogiou a faixa exclusiva para motos, implementada pelo atual Gilberto Kassab (DEM).
Kassab foi o único a fazer parte do caminho de helicóptero, porque se deslocava entre agendas oficiais. Em vez de terminar o trajeto no marco zero da cidade, localizado na praça da Sé, como fizeram os outros três candidatos, Kassab foi até a prefeitura, no viaduto do Chá. Ao sobrevoar a marginal Pinheiros, não deixou de elogiar o trânsito que fluía bem sem caminhões. E criticou os corredores de ônibus, onde não há espaço para ultrapassagens.
O deputado federal e ex-governador Paulo Maluf, 76, discorreu sobre suas obras. "Não se anda um quilômetro sem ver obra minha", falou. Maluf fez questão de dizer que fez tanto obras viárias para melhorar a vida de quem dirige quanto passarelas e terminais de ônibus para aqueles que utilizam transporte público. Suas propostas incluem mais elevados e vias expressas.
Questionado sobre o que achava da idéia de implodir o Minhocão (elevado Costa e Silva), Maluf disse que se tratava de "um ato de burrice plena". "Basta fecharem por uma semana e ver no que dá", disse.
Soninha Francine (PPS) optou por utilizar transporte público, uma das três formas de locomoção que normalmente utiliza -as outras são motocicleta e bicicleta. Nas três quadras entre a sua casa e a avenida Sumaré, Soninha lembrou que foi ela que conseguiu a permissão para que bicicletas fossem liberadas no metrô. Ao chegar ao ponto de ônibus, criticou a falta de sinalização -ônibus que passam por ali, trajeto que fazem e até mesmo cobertura para os dias de chuva. Ela elogiou a faixa para motocicletas: "A 23 [de Maio, Avenida], vai ter que ter".


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