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ELEIÇÕES 2008 / TRANSPORTE
No trânsito, candidatos criticam obras alheias
No caminho de suas casas até o centro, a convite da Folha, quatro concorrentes fazem elogios a suas ações no transporte
Alckmin enaltece obras da linha 4 do metrô, enquanto Kassab elogia trânsito sem caminhões em marginal; Marta não quis participar
ANA FLOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O trânsito é o serviço público
de São Paulo mais mal avaliado
pelos eleitores entrevistados
pelo Datafolha na semana passada -77% dos moradores da
cidade acreditam que ele é
ruim ou péssimo. Mesmo assim, os quatro candidatos à
Prefeitura de São Paulo que
aceitaram o desafio proposto
pela Folha de fazer o trajeto de
suas casas até o centro não perderam a chance de falar sobre
ações suas em prol do trânsito
da cidade. Elogios e críticas às
obras dos concorrentes também foram tema da conversa.
A ex-prefeita Marta Suplicy
(PT) não aceitou participar da
reportagem. Algumas de suas
obras foram criticadas por opositores. "Deve ser o único túnel
do mundo que termina num farol", disse Paulo Maluf (PP),
sobre a passagem sob a avenida
Rebouças, obra da petista.
Geraldo Alckmin (PSDB) fez
questão de passar ao lado das
obras da linha 4 do metrô, iniciadas na sua gestão como governador do Estado (2001-2006), e desceu do carro para
mostrar o rebaixamento da calha do rio Tietê. Ele disse que o
corredor exclusivo de ônibus
(obra da gestão de Marta) foi
uma boa idéia, mas que precisa
ser aprimorada. "Como a maioria dos corredores não tem ultrapassagem, eles viraram
comboio", afirmou. Também
elogiou a faixa exclusiva para
motos, implementada pelo
atual Gilberto Kassab (DEM).
Kassab foi o único a fazer
parte do caminho de helicóptero, porque se deslocava entre
agendas oficiais. Em vez de terminar o trajeto no marco zero
da cidade, localizado na praça
da Sé, como fizeram os outros
três candidatos, Kassab foi até
a prefeitura, no viaduto do Chá.
Ao sobrevoar a marginal Pinheiros, não deixou de elogiar
o trânsito que fluía bem sem
caminhões. E criticou os corredores de ônibus, onde não há
espaço para ultrapassagens.
O deputado federal e ex-governador Paulo Maluf, 76, discorreu sobre suas obras. "Não
se anda um quilômetro sem ver
obra minha", falou. Maluf fez
questão de dizer que fez tanto
obras viárias para melhorar a
vida de quem dirige quanto
passarelas e terminais de ônibus para aqueles que utilizam
transporte público. Suas propostas incluem mais elevados e
vias expressas.
Questionado sobre o que
achava da idéia de implodir o
Minhocão (elevado Costa e Silva), Maluf disse que se tratava
de "um ato de burrice plena".
"Basta fecharem por uma semana e ver no que dá", disse.
Soninha Francine (PPS) optou por utilizar transporte público, uma das três formas de
locomoção que normalmente
utiliza -as outras são motocicleta e bicicleta. Nas três quadras entre a sua casa e a avenida Sumaré, Soninha lembrou
que foi ela que conseguiu a permissão para que bicicletas fossem liberadas no metrô. Ao
chegar ao ponto de ônibus, criticou a falta de sinalização
-ônibus que passam por ali,
trajeto que fazem e até mesmo
cobertura para os dias de chuva. Ela elogiou a faixa para motocicletas: "A 23 [de Maio, Avenida], vai ter que ter".
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