São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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REPERCUSSÃO

Qual será o impacto político do acordo com o FMI?

AÉCIO NEVES (PSDB-MG), presidente da Câmara:
"Não há como negar que esse acordo nos dá tranquilidade para a transição, o que interessa a qualquer que seja o próximo presidente. Essa é uma oportunidade para avaliarmos com clareza quais candidatos estão fugindo de patrulhamento e quais já estão assumindo o compromisso de que o acordo é bom".

RAMEZ TEBET (PMDB-MS), presidente do Senado:
"Cada candidato tem que olhar os interesses do país. O presidente Fernando Henrique Cardoso não pediu nada do Congresso em relação ao acordo, mas, se for necessário, vou chamar os parlamentares para colaborar".

JOSÉ ALENCAR (PL-MG), candidato a vice-presidente na chapa do petista Luiz Inácio Lula da Silva:
"Caso o Lula seja eleito -e acredito que vai-, vai acontecer o seguinte: tudo isso que vamos receber não é compromisso do presidente Fernando Henrique Cardoso. É do país. Qualquer um que for eleito terá que honrar. A própria Carta ao Povo Brasileiro, divulgada pelo Lula, disse que os compromissos serão honrados. Os candidatos só podem dar aval simbólico. O aval é óbvio, porque os compromissos são do Brasil".

JOSÉ ANÍBAL, presidente do PSDB:
"O acordo não é favorável a esse ou àquele candidato, transcende circunstâncias políticas. É favorável ao Brasil porque reduz a turbulência e podemos até retomar linhas de crédito para as exportações. Espero que todos os candidatos manifestem seu apoio. Mas posso dizer que o José Serra é o único que desde o início da campanha deixa claro ser favorável ao ajuste macroeconômico, que inclui o acordo com o FMI".

JORGE BORNHAUSEN (PFL-SC), presidente nacional do PFL:
"Acho que foi muito bom para o Brasil. Permite uma tranquilidade para o final do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso e dá condições para o próximo presidente implementar seu plano de governo com retaguarda, para poder fazer as reformas que o plano exigir já no primeiro semestre de 2003".

ANTONIO CARLOS MAGALHÃES ex-senador baiano (PFL):
"Não há nada que favoreça o candidato do governo, até porque o povo que vota não está sabendo do FMI. O FMI é um problema para os banqueiros, para nós, da elite. O povão não sabe o que é".

LUIZ GONZAGA BELLUZZO professor titular de Economia da Unicamp:
"O acordo dá sossego para fazer um debate eleitoral mais tranquilo, sem o terrorismo da argentinização. Se houver um ganho de otimismo, se a economia voltar a rodar, pode favorecer o candidato do governo. No entanto, esse tipo de medida demora para aparecer no dia-a-dia das pessoas. Uma coisa é o que ocorre no nível das pessoas que decidem, outra coisa é o que se passa entre a população em geral".

ORESTES QUÉRCIA, candidato do PMDB ao Senado por São Paulo:
"Acredito que o acordo vai dar uma tranquilidade para o país durante as eleições. Para o governo, o acordo foi muito bom. Demonstrou força e, de certa forma, fortalece o candidato governista".

DEPUTADO MOREIRA FERREIRA (PFL-SP), ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria):
"Acho importante para acabar com a turbulência e dar governabilidade à transição. Seja quem for eleito, vai assumir em condições melhores para governar".

SENADOR ROMERO JUCÁ (PSDB-RR), vice-líder do governo no Senado:
"O acordo vai beneficiar mais o próximo presidente, porque até US$ 24 bilhões estarão disponíveis para o próximo governo. Isso garante capacidade de pagamento em dólares, o que evita qualquer tipo de especulação no início do próximo governo".



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