DA REPORTAGEM LOCAL

"Campanha se faz com tesão." Assim que berrou a frase anteontem à noite, em São Paulo, o militante Antonio Maschio, 55, evidenciou que aquele seria um leilão de artes e antiguidades marcado pela irreverência. Fato tão mais incomum porque aquele iria ser também um leilão pró-José Serra.
Dono de lendário mau humor, o candidato governista, se estivesse presente, destoaria em tudo de Maschio, o mestre-de-cerimônias que animava o público com galhofas francamente eróticas. "Sinto-me puro tesão", repetiu ao microfone, pouco antes de abrir os negócios. "Deixe a razão para o Serra."
A audiência -de início, tímida; depois, risonha e agitada- girava em torno de 150 pessoas. Eram, na maioria, desconhecidos. Mas havia alguns vips: Mônica e Verônica Serra (mulher e filha do presidenciável), Wilma Motta (viúva de Sérgio Motta), Andrea Calabi (ex-presidente do BNDES) e Clóvis Carvalho (ex-ministro de FHC).
O leilão pretendia garimpar fundos para a campanha do tucano. Entre as 62 peças à venda, as mais baratas tinham lance mínimo de R$ 100 (potes de ágata, fruteira dos anos 50, moedor em inox italiano). A mais cara, uma tela de Antonio Peticov, ingressou na disputa valendo R$ 10 mil e acabou recolhida porque ninguém quis elevar a cifra.
Um nanquim de Ismael Nery se tornou, então, o destaque da noite. Saiu por R$ 9.000. A organização do evento não revelou quem cedeu a obra -como também não disse o nome dos outros doadores. Informou apenas que o leilão arrecadou, no total, R$ 62,2 mil.
Destes, R$ 3.500 vieram de Calabi, que adquiriu um desenho de Alfredo Volpi, e R$ 5.000 saíram de Clóvis Carvalho, que arrematou um trabalho do xará Clóvis Graciano. Mônica Serra levou um espelho por R$ 800.



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