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Mesa aprova nova investigação contra senador
FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ignorando uma manobra de
Renan Calheiros (PMDB-AL),
a Mesa Diretora do Senado autorizou ontem, por 5 a 2, a abertura de um novo processo contra o presidente da Casa, por indícios de quebra de decoro, no
Conselho de Ética. O objetivo é
investigar se ele beneficiou a
cervejaria Schincariol em troca
de vantagens pessoais e se fez
grilagem de terras em Alagoas.
Em outra frente, o PSDB e o
DEM protocolaram uma outra
representação contra Renan, a
terceira, para que o Conselho
de Ética apure suspeita de que
o presidente do Senado é o dono oculto de duas rádios em
Alagoas que teriam sido pagas
em dinheiro vivo.
Subordinado ao presidente
do Senado, o advogado-geral da
Casa, Alberto Cascais, elaborou
um parecer contrário à abertura do processo para investigar o
caso Shincariol e a suposta grilagem de terras. Ele apontou
supostos erros jurídicos na representação feita pelo PSOL,
mas não foi levado em conta
pelos senadores.
Na reunião da Mesa Diretora
votaram contra a abertura desse processo os senadores Tião
Viana (PT-AC) e Papaléo Paes
(PSDB-AP). Para eles, a denúncia sobre o caso Schincariol é
relativa ao deputado federal
Olavo Calheiros (PMDB-AL),
irmão de Renan, e não ao presidente do Senado.
Cervejaria
Segundo a revista "Veja", a
Schincariol comprou por R$ 27
milhões uma fábrica de Olavo,
em Murici (AL), quando o negócio estava prestes a fechar.
Segundo a revista, o preço estava acima do de mercado. Após a
transação ser concluída, Renan
teria conseguido suspender a
cobrança de uma dívida de
R$ 100 milhões da cervejaria
com o INSS e outra, também
milionária, com a Receita.
"Primeiro tem que identificar se houve crime por parte do
Olavo, que é o denunciado. Não
posso acusar Renan de quebra
de decoro se o irmão dele pode
ser absolvido", disse o petista
Tião Viana, que é vice-presidente do Senado e conduziu a
reunião da Mesa.
O PSOL já protocolou no
Conselho de Ética da Câmara
uma representação contra Olavo, por indícios de quebra de
decoro parlamentar.
Formalmente esse processo
só estará aberto no Senado
quando Renan for notificado.
Antes, o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar
Quintanilha (PMDB-AL), precisa nomear um relator.
Renan já enfrenta um processo no conselho, no qual se
investiga se o peemedebista teve despesas pessoais pagas por
um lobista da empreiteira
Mendes Júnior.
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