São Paulo, sexta-feira, 08 de setembro de 2006

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Divergência entre PSOL e PSTU atrasa programa de Heloísa

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Desentendimentos entre o PSOL, de Heloísa Helena, e o PSTU, que compõe a chapa da sua candidatura, levaram ao cancelamento da divulgação do programa de governo da candidata à Presidência. O documento seria lançado ontem, em Brasília. Agora, ninguém arrisca dizer quando acontecerá.
O PSTU repudia o texto final do programa, elaborado pelo candidato a vice-presidente, o cientista político César Benjamin. O impasse levou ao cancelamento da reunião em que a Frente de Esquerda deveria aprovar o texto.
Anunciado para o Sete de Setembro pela própria senadora há pelo menos duas semanas, o lançamento do programa estava previsto como um marco na campanha presidencial.
Desde a semana passada, porém, o programa de governo tem originado críticas. Eduardo Almeida, membro da direção nacional do PSTU, disse à Folha que o partido não concorda com o texto preparado pelo vice de Heloísa Helena. Ele destacou como motivo da discórdia o fato de o programa focar apenas na questão da queda da taxa de juros. "Nós achamos que o eixo é a ruptura com o pagamento da dívida."
"O modelo neoliberal aplicado no país tem distintas facetas, uma delas a taxa de juros. Outra, a abertura para as multinacionais operarem livremente no país. Outra, a privatização das estatais. Outro elemento, o superávit primário alto, com corte no Orçamento da saúde e educação. Outro, o pagamento das dívidas externa e interna. São elementos que não podem ser contemplados só por um deles", completou.
Ontem, no Rio, Heloísa minimizou o atraso do programa. "Diferenças sempre existem. Se não existissem, estávamos todos no mesmo partido. Quem quiser a truculência e o totalitarismo do pensamento único jamais contará comigo."
No evento, militantes do PSTU distribuíram o jornal do partido, "Opinião Socialista", com críticas às declarações da senadora em relação ao aborto e à suspensão do empréstimo do BNDES à Volkswagen.


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