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Divergência entre PSOL e PSTU atrasa programa de Heloísa
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Desentendimentos entre o
PSOL, de Heloísa Helena, e o
PSTU, que compõe a chapa da
sua candidatura, levaram ao
cancelamento da divulgação do
programa de governo da candidata à Presidência. O documento seria lançado ontem, em
Brasília. Agora, ninguém arrisca dizer quando acontecerá.
O PSTU repudia o texto final
do programa, elaborado pelo
candidato a vice-presidente, o
cientista político César Benjamin. O impasse levou ao cancelamento da reunião em que a
Frente de Esquerda deveria
aprovar o texto.
Anunciado para o Sete de Setembro pela própria senadora
há pelo menos duas semanas, o
lançamento do programa estava previsto como um marco na
campanha presidencial.
Desde a semana passada, porém, o programa de governo
tem originado críticas. Eduardo Almeida, membro da direção nacional do PSTU, disse à
Folha que o partido não concorda com o texto preparado
pelo vice de Heloísa Helena.
Ele destacou como motivo da
discórdia o fato de o programa
focar apenas na questão da
queda da taxa de juros. "Nós
achamos que o eixo é a ruptura
com o pagamento da dívida."
"O modelo neoliberal aplicado no país tem distintas facetas,
uma delas a taxa de juros. Outra, a abertura para as multinacionais operarem livremente
no país. Outra, a privatização
das estatais. Outro elemento, o
superávit primário alto, com
corte no Orçamento da saúde e
educação. Outro, o pagamento
das dívidas externa e interna.
São elementos que não podem
ser contemplados só por um
deles", completou.
Ontem, no Rio, Heloísa minimizou o atraso do programa.
"Diferenças sempre existem.
Se não existissem, estávamos
todos no mesmo partido. Quem
quiser a truculência e o totalitarismo do pensamento único
jamais contará comigo."
No evento, militantes do
PSTU distribuíram o jornal do
partido, "Opinião Socialista",
com críticas às declarações da
senadora em relação ao aborto
e à suspensão do empréstimo
do BNDES à Volkswagen.
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