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Oposição ironiza declarações de Lula a petistas
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ex-integrantes da bancada do
governo Fernando Henrique Cardoso receberam com ironia as
comparações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião de ontem com a bancada do PT. No encontro, Lula
criticou os deputados petistas por
não defenderem "as realizações"
do governo, que, segundo ele, são
"maiores do que os oito anos do
Fernando Henrique".
O deputado Eduardo Paes
(PSDB-RJ) chamou o presidente
Lula de "psicótico". "Só Freud
[Sigmund Freud, o pai da psicanálise] explica esse comportamento. É uma atitude típica de
quem sabe da sua culpa", disse.
"Pois exagera nas mentiras para
se convencer que são verdades."
O deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA) foi líder da bancada
peemedebista durante o governo
Fernando Henrique Cardoso. Integrante da ala oposicionista ao
atual governo, Geddel ridiculariza
as declarações do presidente Lula.
"Cada vez mais, Lula assume a
atitude de um nefelibata [pessoa
que vive nas nuvens]. Alguém
precisa falar para o presidente que
os petistas não defendem o governo porque a cota de mentiras está
sendo gasta na CPI", afirmou.
Ex-líder do governo no Congresso durante o governo FHC, o
deputado Ricardo Barros (PP-PR) diz que os petistas têm dificuldades para defender o governo
porque acordos nunca são cumpridos por ministros. "Isso não
acontecia na época do Fernando
Henrique. Hoje em dia, a palavra
do líder do governo [Arlindo Chinaglia (PT-SP)] não vale nada."
O senador Arthur Virgílio
(PSDB-AM) disse ontem no Rio
que identifica "um grande esforço
por setores do governo para evitar
que a investigação [das CPIs] vá
ao fim e vá fundo". Desse esforço
faria parte a possível renúncia dos
deputados petistas investigados.
Na reunião, Lula voltou a criticar a CPI dos Bingos. A comissão
é o principal alvo do presidente
porque aprovou uma acareação
entre o chefe-de-gabinete dele,
Gilberto Carvalho, e dois irmãos
do ex-prefeito de Santo André
Celso Daniel que denunciam esquema de corrupção naquela cidade. Autor da proposta da acareação, o líder do PFL no Senado,
José Agripino (RN), criticou as
declarações de Lula. "O presidente disse que tinha de se "apurar tudo doa a quem doer". Está doendo
nele próprio, já que seu chefe-de-gabinete está envolvido", disse.
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