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PF apurará suposta pressão na Alfândega
JOSÉ MESSIAS XAVIER
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Federal diz que instalará na terça-feira inquérito para
apurar se o ex-diretor da Fundação Biblioteca Nacional Pedro
Corrêa do Lago usou sua influência quando estava no cargo para
pressionar fiscais da Alfândega a
retirar do país, sem serem vistoriadas, caixas com obras de arte
para exposição em Paris.
O embarque ocorreu no dia 26
de setembro. Uma funcionária da
Biblioteca Nacional levou para o
Aeroporto Internacional Tom Jobim caixas com gravuras e quadros para serem expostos no Museu do Louvre, em Paris, a partir
do dia 28. Ao passar pela Alfândega, um fiscal solicitou que as caixas fossem abertas. A polícia investiga se o ex-diretor da Biblioteca impediu que a inspeção ocorresse e se houve intimidação de
funcionários da Alfândega.
Pedro Corrêa do Lago afirmou à
Folha desconhecer qualquer tipo
de pressão exercida sobre a Alfândega do aeroporto do Rio para
que as caixas não fossem abertas e
disse que, no dia do embarque das
peças, já se encontrava em Paris.
"Ele será investigado sob suspeita de prevaricação, e o fiscal
também será responsabilizado
em inquérito. As caixas tinham de
ser vistoriadas. Nada pode sair do
país sem sabermos o que é", afirmou o delegado Deuler Rocha, da
Delegacia de Repressão a Crimes
Contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico da PF do Rio.
Segundo Corrêa do Lago, estavam sendo embarcadas 18 gravuras do acervo da Biblioteca Nacional e três quadros de colecionadores particulares para serem expostos no Louvre. "É a primeira
vez que o Brasil tem um espaço no
Louvre. Por que acontece isso
agora? Eu nem estava no Rio, estava em Paris. Como poderia interferir? Nem sei se houve vistoria
ou não", disse Corrêa do Lago.
O ex-diretor da Biblioteca Nacional também afirmou que os
papéis para o envio das obras para a França estavam regulares.
"As caixas foram abertas no aeroporto de Paris, e estava tudo
certo. As obras foram expostas e
retornarão ao Brasil intactas. Tenho tranqüilidade para dizer que
tudo foi feito corretamente", diz.
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