São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin nega que fará privatizações e reprova petistas

Ex-governador de São Paulo diz, na Baixada Santista, que legenda rival costuma depositar sua culpa em terceiros

Presidenciável comemora resultado do Datafolha, que o coloca sete pontos atrás de Lula, e diz que a tendência é, com a TV, ganhar a eleição

FABIANE LEITE
ENVIADA ESPECIAL A CUBATÃO

Em sua passagem na tarde ontem por Cubatão o candidato a presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que sua candidatura não tem riscos. E negou que irá fazer privatizações, como a campanha do PT tem dito. "O risco é o Brasil melhorar", afirmou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a coordenadora de sua campanha em SP, Marta Suplicy (PT), têm apontado supostos riscos da candidatura Alckmin. Marta afirmou, por exemplo, que o tucano poderá diminuir o número de beneficiários do Bolsa Família. "Estão querendo tirar o foco. O que o Lula tem de explicar é de onde veio o R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo, o que é uma fortuna. Não explicou quem são os donos, de onde vem o dinheiro, quem é o dono do dólar, como entrou no Brasil. É o mínimo de um governante de partido pego com a boca na botija, falar a verdade", disse Alckmin, antecipando o que deve ser seu principal questionamento a Lula no debate de hoje.
Na avenida Nove de Abril, no centro da cidade, Alckmin caminhou, tomou café e engraxou os sapatos com o baiano Rodrigo da Gama, 25. Em dois momentos a comitiva do tucano prejudicou o fluxo de carros na avenida e imediações para que o candidato pudesse atravessar as vias. O tucano recebeu oferta de churrasquinho e de um pacote de amendoins. Levou só alguns grãos.
Ao comentar o afastamento do presidente do PT, Ricardo Berzoini, ele dissera mais cedo que o partido rival sempre joga a culpa em "terceiros".
Berzoini, que havia sido afastado da coordenação de campanha de Lula, foi obrigado a se licenciar da presidência do PT após ter seu nome envolvido na operação de compra de um dossiê contra tucanos.
Para o tucano, a pesquisa Datafolha divulgada ontem indica que a eleição caminha para o empate -e que no final sua candidatura irá vencer.
"A pesquisa está ótima, ela mostra a diferença pequena e no primeiro turno cheguei a ter mais de 20 pontos do meu adversário. Acho que a eleição já está caminhando para um empate e o segundo turno começa agora, com o debate e o horário eleitoral", afirmou ele.
Os números do Datafolha mostram que o petista tem 50% das intenções de voto, contra 43% dos que declaram preferir o tucano. Na contagem dos votos válidos (que exclui brancos e nulos), Lula tem 54% contra 46% do tucano.
Alckmin voltou a afirmar que Lula aparelhou o governo e, questionado se diminuirá o número de ministérios -hoje 34- respondeu: "É óbvio, claro. Vou poupar dinheiro da corrupção, do desperdício, para investir no que interessa."
Ele também falou do debate. "O debate é respeito pelo eleitor. Lamentavelmente, Lula não foi a nenhum. Agora, que está com medo de perder a eleição, vai. Mas a debate não se vai quando está na frente ou atrás. Se vai por respeito ao eleitor."
Alckmin caminhou no centro de São Vicente, acompanhado de políticos da região, como o ex-prefeito de Santos Beto Mansur (PTB) e o prefeito da cidade João Paulo Tata (PMDB), além do prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB). O Deputado estadual eleito pelo PSB, partido que apóia Lula, Luciano Batista também participou do evento com o presidenciável.


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