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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin nega que fará privatizações e reprova petistas
Ex-governador de São Paulo diz, na Baixada Santista, que
legenda rival costuma depositar sua culpa em terceiros
Presidenciável comemora
resultado do Datafolha, que
o coloca sete pontos atrás de
Lula, e diz que a tendência é,
com a TV, ganhar a eleição
FABIANE LEITE
ENVIADA ESPECIAL A CUBATÃO
Em sua passagem na tarde
ontem por Cubatão o candidato a presidência da República
Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que sua candidatura não
tem riscos. E negou que irá fazer privatizações, como a campanha do PT tem dito. "O risco
é o Brasil melhorar", afirmou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a coordenadora de sua campanha em SP,
Marta Suplicy (PT), têm apontado supostos riscos da candidatura Alckmin. Marta afirmou, por exemplo, que o tucano poderá diminuir o número
de beneficiários do Bolsa Família. "Estão querendo tirar o foco. O que o Lula tem de explicar
é de onde veio o R$ 1,7 milhão
em dinheiro vivo, o que é uma
fortuna. Não explicou quem
são os donos, de onde vem o dinheiro, quem é o dono do dólar,
como entrou no Brasil. É o mínimo de um governante de partido pego com a boca na botija,
falar a verdade", disse Alckmin,
antecipando o que deve ser seu
principal questionamento a
Lula no debate de hoje.
Na avenida Nove de Abril, no
centro da cidade, Alckmin caminhou, tomou café e engraxou
os sapatos com o baiano Rodrigo da Gama, 25. Em dois momentos a comitiva do tucano
prejudicou o fluxo de carros na
avenida e imediações para que
o candidato pudesse atravessar
as vias. O tucano recebeu oferta
de churrasquinho e de um pacote de amendoins. Levou só
alguns grãos.
Ao comentar o afastamento
do presidente do PT, Ricardo
Berzoini, ele dissera mais cedo
que o partido rival sempre joga
a culpa em "terceiros".
Berzoini, que havia sido afastado da coordenação de campanha de Lula, foi obrigado a se licenciar da presidência do PT
após ter seu nome envolvido na
operação de compra de um dossiê contra tucanos.
Para o tucano, a pesquisa Datafolha divulgada ontem indica
que a eleição caminha para o
empate -e que no final sua
candidatura irá vencer.
"A pesquisa está ótima, ela
mostra a diferença pequena e
no primeiro turno cheguei a ter
mais de 20 pontos do meu adversário. Acho que a eleição já
está caminhando para um empate e o segundo turno começa
agora, com o debate e o horário
eleitoral", afirmou ele.
Os números do Datafolha
mostram que o petista tem
50% das intenções de voto,
contra 43% dos que declaram
preferir o tucano. Na contagem
dos votos válidos (que exclui
brancos e nulos), Lula tem 54%
contra 46% do tucano.
Alckmin voltou a afirmar que
Lula aparelhou o governo e,
questionado se diminuirá o número de ministérios -hoje
34- respondeu: "É óbvio, claro. Vou poupar dinheiro da corrupção, do desperdício, para investir no que interessa."
Ele também falou do debate.
"O debate é respeito pelo eleitor. Lamentavelmente, Lula
não foi a nenhum. Agora, que
está com medo de perder a eleição, vai. Mas a debate não se vai
quando está na frente ou atrás.
Se vai por respeito ao eleitor."
Alckmin caminhou no centro
de São Vicente, acompanhado
de políticos da região, como o
ex-prefeito de Santos Beto
Mansur (PTB) e o prefeito da
cidade João Paulo Tata
(PMDB), além do prefeito de
Praia Grande, Alberto Mourão
(PSDB). O Deputado estadual
eleito pelo PSB, partido que
apóia Lula, Luciano Batista
também participou do evento
com o presidenciável.
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