São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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JANIO DE FREITAS

Fonte de decisão


É mais do que provável, nos adeptos de Heloísa, farta maioria de quem se horrorize com a idéia de volta do PSDB

AO LADO DAS surpresas que o primeiro turno proporcionou, tudo indica que o segundo plantará uma boa ironia, com pitadas fortes de castigo. A Heloísa Helena que, tão logo conhecido o resultado presidencial, partiu em fúria (precisaria dizê-lo?) contra a possibilidade de apoio do seu PSOL a Lula, já desponta como o manancial de votos mais decisivo para a possível vitória de um dos disputantes. Lula.
Com os 50% que o primeiro Datafolha deste turno lhe atribui, Lula volta ao índice com que fechou agosto, graças à recuperação de cerca de 1,5% da sua perda verificada nas urnas. Durante a semana passada não houve atos de efeito propagandístico por parte de Lula, logo, o acréscimo que já obteve foi espontâneo. E que eleitorado teria a tendência de fazê-lo com tanta presteza, senão o que foi levado às urnas do primeiro turno por Heloísa Helena?
O PT e Lula têm inclinações extravagantes a respeito de eleição presidencial. Se não as praticarem, a ele basta recuperar o mesmo que obteve nos últimos dias, para retornar ao seu melhor índice, constatado no início de setembro. Será o suficiente até para resguardar-se da margem de erro eventualmente contrária. Um quarto dos 6,85% de Heloísa Helena no primeiro turno já faz tal proeza. E, convenhamos, é mais do que provável, nos adeptos de Heloísa Helena, farta maioria de quem se horrorize com a idéia de volta do PSDB ao poder.

Altos e baixos
Como esperável, assim que voltou a Brasília o senador Antonio Carlos Magalhães entregou-se a um discurso, isto é, a uma agressão verbal a Lula. Para Antonio Carlos, a vingança não é prato que se espere esfriar. Ainda mais com o dossiê-sanguessuga tão fresquinho nas manchetes. Antonio Carlos fez até uma revelação espantosa: um nome novo entre os "criminosos do PT", nada menos que um dos chefões. Fred Suter. Pasmo. Ninguém imaginaria isso.
O colunista social Fred Suter, com o estilo comum à maioria dos colunistas sociais, fez uma nota esclarecedora. O senador queria dizer Freud Godoy e atacou de Fred Suter: "Foi um alto falho". Ou foram dois baixos, um de cada.
Feita a sua afirmação de que "Mário Covas está se removendo na tumba", a candidata Denise Frossard removeu depressa seu rompimento com Alckmin. Mas não remoeu uma explicação convincente. O casal Garotinho não foi a Alckmin por iniciativa sua. E a reviravolta de Frossard não foi porque Alckmin atribuísse o encontro ao casal, mas porque o deputado Roberto Freire, presidente do PPS de Frossard, exigiu dela o recuo no rompimento induzido por Cesar Maia.
Com a mesma pressa, Denise Frossard dizia à CBN antes do primeiro turno: "Segurança é questão de informação e balística. E eu tenho informação e balística". Ainda não se sabe se a candidata queria dizer logística ou se prometia segurança a poder de canhão. Aguardemos para saber se foi "alto falho".


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