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CRIME ORGANIZADO
Pompeo de Mattos, sub-relator da CPI em Campinas, quer estar na cidade entre quarta e quinta
CPI antecipa investigação em Campinas
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
A CPI do Narcotráfico vai antecipar
o início das investigações em Campinas (99 km de São
Paulo) para esta semana. A cidade é apontada como
principal centro de uma organização criminosa que atua no roubo de cargas, tráfico de drogas e
contrabando de armas.
O sub-relator da CPI em Campinas, deputado federal Pompeo
de Mattos (PDT-RS), quer estar
na cidade entre quarta e quinta-feira desta semana para realizar
diligências com a Polícia Federal.
"Vamos investigar depósitos
onde cargas roubadas teriam sido
escondidas e hotéis da cidade onde a quadrilha se reunia", disse o
deputado.
Os demais integrantes da CPI
vão estar em Campinas nos próximos dias 16 e 17, como estava previsto anteriormente.
O empresário campineiro William Walder Sozza é acusado pela CPI de liderar a quadrilha em
Campinas e região. Ele teve a prisão temporária decretada e está
foragido há 25 dias.
A CPI vai ouvir o depoimento
de empresários, policiais e políticos da cidade que foram citados
como suspeitos de envolvimento
com a quadrilha.
Serão ouvidos o ex-presidente
do Guarani, Luiz Roberto Zini, o
corretor de imóveis Paulo Roberto Deneno, o ex-advogado de Sozza Artur Eugênio Matias, o ex-sócio de Sozza, Geraldo Burdini Júnior, e o legista Fortunato Badan
Palhares. Todos, citados em depoimentos feitos à CPI, negaram
as acusações.
Os integrantes da comissão pretendem ouvir também policiais
suspeitos de estarem envolvidos
com a quadrilha. Em 1997, o Ministério Público de Campinas
quebrou o sigilo bancário de seis
policias suspeitos de participar do
roubo de cargas. Os policiais foram denunciados pelo presidiário
Gilmar Leite Siqueira.
Meses depois de denunciar um
grupo de policiais à Corregedoria
da Polícia Civil, em 96, a mulher
de Siqueira, Vilma Lucia Vageti, e
seu filho, Fernando Vageti Siqueira, 4, foram mortos.
Pelo menos cinco políticos de
Campinas também serão investigados pela comissão, que ainda
não revelou os nomes.
"Ainda não temos confirmações suficientes apontando o envolvimento de políticos da cidade
com a quadrilha, apenas denúncias", disse Mattos.
O empresário Sozza é dono da
Dog's Center, que vende produtos para cães. Entre 95 e 96, ele
também foi presidente do diretório municipal do PRTB em Campinas. O PRTB é a atual sigla do
ex-presidente Fernando Collor.
Segundo a CPI, a organização
criminosa também seria comandada pelo deputado cassado Hildebrando Pascoal (AC-sem partido), pelo deputado estadual José
Gerardo Abreu (PPB-MA) e pelo
deputado Augusto Farias (PPB-AL), irmão de Paulo César Farias,
assassinado em 96.
O advogado de Sozza, Herberto
Guimarães, vai entrar com pedido de habeas corpus até o final
deste mês para tentar liberar o
empresário da prisão temporária.
""Espero que o Tribunal de Justiça do Maranhão revogue a prisão
temporária de Sozza, pois não há
nada de concreto contra ele. Há
apenas acusações sem provas",
disse Guimarães.
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