|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMBIO
Para o banco oficial, medida tornaria o Brasil mais atrativo e seguro para investimentos externos
BC quer conversibilidade em 6 meses
da Sucursal de Brasília
O Banco Central pretende adotar a conversibilidade -a possibilidade de trocar moeda nacional por estrangeira sem restrições- no primeiro semestre do
próximo ano.
Segundo a visão do BC, a medida, que representa um grau avançado de liberalização do mercado
de câmbio, tem o objetivo de tornar o país mais seguro para investimentos externos.
Considera-se que as restrições
atuais, especialmente quanto às
remessas de dólares ao exterior,
acabam desestimulando o ingresso de recursos externos no país.
A conversibilidade sempre foi
defendida pelo presidente do BC,
Armínio Fraga.
Era considerada inviável até o
início deste ano, uma vez que a
política de sobrevalorização do
real tornava muito arriscado permitir que pessoas e empresas trocassem livremente reais por dólares.
Livre flutuação
Em janeiro, quando o BC desistiu de controlar as cotações do dólar e permitiu a livre flutuação do
câmbio, a área econômica começou a estudar medidas de liberalização do mercado.
A primeira delas foi permitir
que os bancos aproximassem as
cotações do dólar comercial
(mercado em que se realizam
operações de comércio exterior,
financiamentos e empréstimos) e
do chamado dólar-turismo (destinado a operações de menor volume e menos burocracia).
O passo seguinte é a unificação
das regras dos dois mercados, o
que na prática significa que uma
operação de remessa de lucros e
dividendos de uma multinacional
pode se tornar tão simples como a
compra de dólares para uma viagem ao exterior.
O dólar-turismo, tecnicamente
chamado de flutuante, foi criado
no governo Sarney (1985-1990)
como uma espécie de laboratório
para a liberalização do mercado
de câmbio.
Nesta década, por exemplo, foram eliminados todos os limites
para gastos de turistas em países
estrangeiros.
Segundo a assessoria do BC,
não se cogita permitir a abertura
de contas em dólar para pessoas e
empresas. Serão mantidas, num
primeiro momento, as autorizações especiais para empresas de
setores como petróleo e energia
elétrica.
Regras especiais
Mais a longo prazo, avalia o
Banco Central, a adoção da conversibilidade tornará obsoletas
essas regras especiais, uma vez
que todas as empresas terão acesso garantido e imediato ao mercado de câmbio.
A liberalização do mercado de
câmbio já está prevista no acordo
entre o governo brasileiro e o FMI
(Fundo Monetário Internacional). Os documentos assinados,
porém, não mencionam datas ou
prazos.
Texto Anterior: No Ar - Nelson de Sá: Herói Próximo Texto: Justiça: Desembargador move ação contra a Folha Índice
|