São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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Sucessão divide PT em Minas e no Rio

Racha põe em risco estratégia de Lula de obter apoio do PMDB nos Estados, que reúnem 19% do eleitorado

PAULO PEIXOTO
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente dominante no PT e que abriga o grupo de apoio no partido ao presidente Lula, rachou em Minas e no Rio, dois importantes colégios eleitorais. Isso já preocupa a direção nacional da sigla.
A CNB ganhou esse nome após o escândalo do mensalão (em 2005), o suposto esquema de pagamento de propina a deputados para votar com o governo. Até então, era Campo Majoritário (ex-Articulação).
As eleições internas do PT ocorrerão no próximo dia 22. Além da chapa da CNB, outras sete estão estão na disputa.
O racha nos dois diretórios estaduais reflete a disputa dos subgrupos da CNB para comandar o PT em Minas e no Rio, mas põem em risco também a estratégia de Lula de garantir apoio do PMDB nos Estados com maior peso eleitoral. Por isso, Lula pode até querer intervir nesses Estados.
Minas e Rio representam 19,3% do eleitorado. São, respectivamente, segundo e terceiro maiores colégios eleitorais -São Paulo é o maior. Ter palanques fortes para a ministra Dilma Rousseff, a eventual candidata do PT à sucessão de Lula, é o que o presidente quer.
Minas tem dois candidatos à presidência do partido: o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Econômico), pré-candidatos ao governo estadual.
No caso mineiro, está em jogo não apenas a questão eleitoral de 2010. A flexibilidade na política de alianças é um dos motivos que faz mover o grupo de Pimentel, que no ano passado bancou e levou o PT de Belo Horizonte a se aliar ao governador Aécio Neves (PSDB), contra a vontade de Patrus.
A CNB rachou também em lugares como AL, ES, PB e GO, mas Minas é a situação mais preocupante, diz o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra, candidato da CNB à presidência nacional do PT. Eleito, afirma que tratará Minas com "prioridade zero".
"O caso de Minas é emblemático porque tinha a tradição de sair unido e porque estão em campos opostos duas figuras de ponta do PT", disse Dutra.
No Rio, são três os candidatos da CNB, mas a polarização entre forças políticas não envolve apenas o PT. A disputa é entre o petista Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu, e o governador Sérgio Cabral (PMDB), que quer a reeleição.
Lula quer Cabral reeleito, com o apoio do PT. Mas apoiadores de Lindberg venceram dias atrás uma primeira batalha: Lindberg garantiu presença em 30 das 40 inserções do PT na TV, no fim do mês.


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