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Sucessão divide PT em Minas e no Rio
Racha põe em risco estratégia de Lula de obter apoio do PMDB nos Estados, que reúnem 19% do eleitorado
PAULO PEIXOTO
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente dominante
no PT e que abriga o grupo de
apoio no partido ao presidente
Lula, rachou em Minas e no
Rio, dois importantes colégios
eleitorais. Isso já preocupa a direção nacional da sigla.
A CNB ganhou esse nome
após o escândalo do mensalão
(em 2005), o suposto esquema
de pagamento de propina a deputados para votar com o governo. Até então, era Campo
Majoritário (ex-Articulação).
As eleições internas do PT
ocorrerão no próximo dia 22.
Além da chapa da CNB, outras
sete estão estão na disputa.
O racha nos dois diretórios
estaduais reflete a disputa dos
subgrupos da CNB para comandar o PT em Minas e no
Rio, mas põem em risco também a estratégia de Lula de garantir apoio do PMDB nos Estados com maior peso eleitoral.
Por isso, Lula pode até querer
intervir nesses Estados.
Minas e Rio representam
19,3% do eleitorado. São, respectivamente, segundo e terceiro maiores colégios eleitorais -São Paulo é o maior. Ter
palanques fortes para a ministra Dilma Rousseff, a eventual
candidata do PT à sucessão de
Lula, é o que o presidente quer.
Minas tem dois candidatos à
presidência do partido: o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o ministro
Patrus Ananias (Desenvolvimento Econômico), pré-candidatos ao governo estadual.
No caso mineiro, está em jogo não apenas a questão eleitoral de 2010. A flexibilidade na
política de alianças é um dos
motivos que faz mover o grupo
de Pimentel, que no ano passado bancou e levou o PT de Belo
Horizonte a se aliar ao governador Aécio Neves (PSDB), contra a vontade de Patrus.
A CNB rachou também em
lugares como AL, ES, PB e GO,
mas Minas é a situação mais
preocupante, diz o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra, candidato da CNB à
presidência nacional do PT.
Eleito, afirma que tratará Minas com "prioridade zero".
"O caso de Minas é emblemático porque tinha a tradição de
sair unido e porque estão em
campos opostos duas figuras de
ponta do PT", disse Dutra.
No Rio, são três os candidatos da CNB, mas a polarização
entre forças políticas não envolve apenas o PT. A disputa é
entre o petista Lindberg Farias,
prefeito de Nova Iguaçu, e o governador Sérgio Cabral
(PMDB), que quer a reeleição.
Lula quer Cabral reeleito,
com o apoio do PT. Mas apoiadores de Lindberg venceram
dias atrás uma primeira batalha: Lindberg garantiu presença em 30 das 40 inserções do
PT na TV, no fim do mês.
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