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CONGRESSO
Senadora se irrita e diz que convite é "brincadeira"; para Pedro Simon, partido convive bem com diferenças
PMDB convida Helena para integrar sigla
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PMDB já tem um lugar para a
senadora Heloísa Helena (PT-AL)
caso ela seja mesmo expulsa do
PT na reunião do próximo final
de semana. Ontem, o líder do
PMDB no Senado, senador Renan
Calheiros (AL), e o senador Pedro
Simon (PMDB-RS) fizeram o
convite oficial.
Procurada pelos jornalistas para
comentar o convite, a senadora
reagiu com irritação. "Isso é brincadeira e eu tenho mais o que fazer", disse, andando rapidamente
em direção a um dos elevadores
do Senado.
"Já fizemos o convite algumas
vezes, mas refizemos hoje [ontem] oficialmente. E queremos
que ela nos dê uma resposta oficial também", contou Calheiros.
Simon explicou que a senadora
teria um bom lugar no PMDB
porque o partido convive bem
com as diferenças. "O PMDB é
um partido interessante, é amplo.
O PT e o PC do B já estiveram
dentro do PMDB. Nós respeitamos o direito de todos."
Heloísa Helena poderá ser expulsa do PT por ter votado contra
a reforma da Previdência.
Hoje, Calheiros e a senadora estão em pólos opostos na política
nacional e em Alagoas. Mas o senador afirmou até que Heloísa
Helena poderia sair como candidata a governadora do partido
nas eleições de 2006.
Para Calheiros, a entrada da senadora abriria um espaço para a
redefinição da linha programática
do partido. "Temos que abrigar
novos quadros porque a imagem
do partido está sendo construída.
A base social que apoiou o PT não
é a mesma que apoiará esse governo até o fim. Vai ter um vazio
muito grande e nós vamos disputar esse espaço político de interlocução com a sociedade", explicou.
Segundo Calheiros, a entrada da
senadora no PMDB não dificultaria a aliança com o governo porque o partido vem votando favoravelmente às reformas. "Não estamos no governo, estamos trabalhando pela governabilidade, para humanizar as reformas."
O líder do PMDB disse que ainda não existe definição sobre a
participação do partido no Executivo. "Só vamos entrar no governo se tivermos um papel. Ou seja,
para dividir responsabilidades,
participar da definição das políticas públicas. Se não for para isso,
não vemos razão para estar formalmente no governo."
Os senadores do PMDB disseram que o partido também deveria aceitar os deputados do PT
que estão sendo ameaçados de expulsão pela direção petista. "Nós
convidamos uma colega, mas
acho que não haveria problema
[entrada dos deputados]", disse
Simon.
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