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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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CONGRESSO

Senadora se irrita e diz que convite é "brincadeira"; para Pedro Simon, partido convive bem com diferenças

PMDB convida Helena para integrar sigla

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB já tem um lugar para a senadora Heloísa Helena (PT-AL) caso ela seja mesmo expulsa do PT na reunião do próximo final de semana. Ontem, o líder do PMDB no Senado, senador Renan Calheiros (AL), e o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fizeram o convite oficial.
Procurada pelos jornalistas para comentar o convite, a senadora reagiu com irritação. "Isso é brincadeira e eu tenho mais o que fazer", disse, andando rapidamente em direção a um dos elevadores do Senado.
"Já fizemos o convite algumas vezes, mas refizemos hoje [ontem] oficialmente. E queremos que ela nos dê uma resposta oficial também", contou Calheiros.
Simon explicou que a senadora teria um bom lugar no PMDB porque o partido convive bem com as diferenças. "O PMDB é um partido interessante, é amplo. O PT e o PC do B já estiveram dentro do PMDB. Nós respeitamos o direito de todos."
Heloísa Helena poderá ser expulsa do PT por ter votado contra a reforma da Previdência.
Hoje, Calheiros e a senadora estão em pólos opostos na política nacional e em Alagoas. Mas o senador afirmou até que Heloísa Helena poderia sair como candidata a governadora do partido nas eleições de 2006.
Para Calheiros, a entrada da senadora abriria um espaço para a redefinição da linha programática do partido. "Temos que abrigar novos quadros porque a imagem do partido está sendo construída. A base social que apoiou o PT não é a mesma que apoiará esse governo até o fim. Vai ter um vazio muito grande e nós vamos disputar esse espaço político de interlocução com a sociedade", explicou.
Segundo Calheiros, a entrada da senadora no PMDB não dificultaria a aliança com o governo porque o partido vem votando favoravelmente às reformas. "Não estamos no governo, estamos trabalhando pela governabilidade, para humanizar as reformas."
O líder do PMDB disse que ainda não existe definição sobre a participação do partido no Executivo. "Só vamos entrar no governo se tivermos um papel. Ou seja, para dividir responsabilidades, participar da definição das políticas públicas. Se não for para isso, não vemos razão para estar formalmente no governo."
Os senadores do PMDB disseram que o partido também deveria aceitar os deputados do PT que estão sendo ameaçados de expulsão pela direção petista. "Nós convidamos uma colega, mas acho que não haveria problema [entrada dos deputados]", disse Simon.


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