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São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2003

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ALIADO CRÍTICO

Sigla fez 8º congresso

PSB cobra mudanças na política econômica

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PSB, partido aliado ao governo Lula que realizou no final de semana seu 8º congresso, aprovou moção cobrando mudanças na política econômica. O partido quer maior queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 17,5% ao ano, e diminuição da meta de 4,25% de superávit primário do PIB (Produto Interno Bruto) para o período 2004/2006.
Reeleito presidente do PSB para novo mandato de dois anos, o deputado federal Miguel Arraes (PE) defendeu "a estabilidade da moeda, mas também a estabilidade social". "A política econômica vai mudar [em 2004]. Espero que seja para melhor", declarou.
De acordo com o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (RS), eleito ontem segundo vice-presidente do PSB, Arraes levará ao presidente Lula as reivindicações do partido para redução do superávit primário (a economia de todo o setor público para pagamento de juros) e de maior queda dos juros.
Em entrevista, Arraes disse ser legítimo haver "críticas pontuais" ao governo e afirmou que, apesar delas, o partido continuará apoiando Lula. Em seguida, elogiou a política externa do presidente, especialmente a "tentativa de união da América Latina".
A deputada federal Luiza Erundina (SP), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, também bateu duro: "Mantida a política econômica, fica impossível haver recursos para o país crescer e distribuir renda", declarou.
Erundina atacou a área social ao prever maior cobrança sobre o governo nesse tema no ano que vem. "O PSB deverá fazer mais pressão no ano que vem, sobretudo nas políticas sociais ineficazes que o governo apresentou. O Fome Zero [programa de combate à fome do PT] é um paliativo."

Cargos e política
Durante o congresso, dirigentes criticaram o que chamam de "apetite do PT por cargos", segundo expressão do deputado Beto Albuquerque. O líder do PSB na Câmara, Eduardo Campos (PE), cobrou mais espaço para os partidos aliados nos Estados.
Com 20 deputados federais, três senadores e três governadores, o PSB reclama do tratamento dado pelo governo na distribuição de cargos. Como 2004 será ano de eleição, o partido também vai pressionar por mais espaço.
Noutra crítica ao governo, a direção do PSB cobrou a prometida instalação do Conselho Político formado por presidentes de partido. Era uma promessa de campanha de Lula, que nunca saiu do papel para evitar uma reunião com o presidente do PDT, Leonel Brizola. Na prática, o partido de Brizola está na oposição. "A instalação desse fórum é importante para os partidos interferirem positivamente nas políticas de governo", disse Eduardo Campos.


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