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ALIADO CRÍTICO
Sigla fez 8º congresso
PSB cobra mudanças na política econômica
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSB, partido aliado ao governo Lula que realizou no final de
semana seu 8º congresso, aprovou moção cobrando mudanças
na política econômica. O partido
quer maior queda da taxa básica
de juros (Selic), hoje em 17,5% ao
ano, e diminuição da meta de
4,25% de superávit primário do
PIB (Produto Interno Bruto) para
o período 2004/2006.
Reeleito presidente do PSB para
novo mandato de dois anos, o deputado federal Miguel Arraes
(PE) defendeu "a estabilidade da
moeda, mas também a estabilidade social". "A política econômica
vai mudar [em 2004]. Espero que
seja para melhor", declarou.
De acordo com o vice-líder do
governo na Câmara, Beto Albuquerque (RS), eleito ontem segundo vice-presidente do PSB,
Arraes levará ao presidente Lula
as reivindicações do partido para
redução do superávit primário (a
economia de todo o setor público
para pagamento de juros) e de
maior queda dos juros.
Em entrevista, Arraes disse ser
legítimo haver "críticas pontuais"
ao governo e afirmou que, apesar
delas, o partido continuará
apoiando Lula. Em seguida, elogiou a política externa do presidente, especialmente a "tentativa
de união da América Latina".
A deputada federal Luiza Erundina (SP), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, também bateu
duro: "Mantida a política econômica, fica impossível haver recursos para o país crescer e distribuir
renda", declarou.
Erundina atacou a área social ao
prever maior cobrança sobre o
governo nesse tema no ano que
vem. "O PSB deverá fazer mais
pressão no ano que vem, sobretudo nas políticas sociais ineficazes
que o governo apresentou. O Fome Zero [programa de combate à
fome do PT] é um paliativo."
Cargos e política
Durante o congresso, dirigentes
criticaram o que chamam de
"apetite do PT por cargos", segundo expressão do deputado Beto Albuquerque. O líder do PSB
na Câmara, Eduardo Campos
(PE), cobrou mais espaço para os
partidos aliados nos Estados.
Com 20 deputados federais, três
senadores e três governadores, o
PSB reclama do tratamento dado
pelo governo na distribuição de
cargos. Como 2004 será ano de
eleição, o partido também vai
pressionar por mais espaço.
Noutra crítica ao governo, a direção do PSB cobrou a prometida
instalação do Conselho Político
formado por presidentes de partido. Era uma promessa de campanha de Lula, que nunca saiu do
papel para evitar uma reunião
com o presidente do PDT, Leonel
Brizola. Na prática, o partido de
Brizola está na oposição. "A instalação desse fórum é importante
para os partidos interferirem positivamente nas políticas de governo", disse Eduardo Campos.
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